Merkel cede. Acordo na coligação sobre a fronteira da Baviera com a Áustria
Foi "uma luta dura", reconheceu Angela Merkel, mas no final mostrou-se "muito contente" por se ter chegado a acordo. O tema fez vacilar o governo alemão e ontem à noite a demissão do ministro do Interior e líder da CSU (União Social-Cristã), era dada como certa. Mas a política de compromisso falou mais alto e os conservadores alemães e bávaros limaram arestas.
"Após intensas discussões entre a CDU e a CSU, chegámos a um acordo sobre como podemos, no futuro, evitar a imigração ilegal na fronteira entre a Alemanha e a Áustria", disse o líder bávaro à saída da reunião.
Os dois partidos chegaram a acordo quanto à criação de "centros de passagem" na fronteira germano-austríaca para requerentes de asilo que já estão registados noutro país da UE. Os requerentes de asilo poderão ser enviados de volta aos países em que se registaram em primeiro lugar.
Hoje, após ter afirmado que não seria demitido pela chanceler Angela Merkel - "Não vou ser despedido pela chanceler que só o é graças a mim" -, Seehofer esteve reunido com a líder do governo alemão. Primeiro numa reunião em que também esteve presente o presidente do Parlamento Wolfgang Schaüble, depois com os dirigentes de topo dos dois partidos.
A Baviera vai ter eleições em outubro e a CSU quer responder ao crescimento da extrema-direita da AfD com uma política migratória mais restritiva.
O que diz o acordo CDU-CSU
"1) Na fronteira germano-austríaca deve haver um novo regime de fronteira, o qual deve assegurar "que evitemos que os requerentes de asilo cujos procedimentos de asilo sejam da responsabilidade de outros países da UE entrem no país".
2) Vão ser criados centros de passagem. A partir daí, os requerentes de asilo devem ser enviados diretamente para os países responsáveis. No entanto, isso não deve ser feito sem um acordo, com base em acordos administrativos, por exemplo.
3) Nos casos em que tais acordos não possam ser alcançados, os pedidos serão, no entanto, rejeitados - "com base num acordo com a República da Áustria".
Ao acordo CDU-CSU tem de se contar com o sim dos sociais-democratas do SPD, o maior parceiro da coligação.