Acordo "de piada" não chega para travar Trump

Magnata consegue metade dos votos dos republicanos, segundo estudo, apesar de aliança entre os rivais, Ted Cruz e John Kasich
Publicado a
Atualizado a

Pela primeira vez desde o início das primárias, Donald Trump consegue 50% das intenções de voto dos republicanos, segundo uma sondagem da NBC. Um resultado importante num momento em que o partido se prepara para uma série de primárias fechadas (só votam os militantes), mas sobretudo porque surge um dia depois de os rivais do milionário - o senador Ted Cruz e o governador John Kasich - terem anunciado uma aliança para o impedir de obter a nomeação antes da convenção de julho em Cleveland.

Para garantir a nomeação republicana, um candidato tem de conseguir 1237 delegados à convenção. E, neste momento, com 845, Trump tem uma vantagem confortável sobre Cruz - com 559. Sobretudo se pensarmos que as sondagens lhe davam a vitória nos cincos estados que vão a votos hoje, numa espécie de minissuperterça-feira concentrada na Costa Leste.

É verdade que a aliança de Cruz e Kasich só deve entrar em vigor nas primárias de maio e junho (a Califórnia, a 7 de junho, é o grande prémio que falta conquistar), mas nada garante que o senador do Texas não fazer campanha no Novo México ou Oregon, enquanto o governo do Ohio não vai a jogo no Indiana, seja suficiente para travar Trump.

Fiel ao seu estilo sem papas na língua, o magnata do imobiliário apressou-se a criticar o acordo dos adversários. Desde logo na segunda-feira, no Twitter, onde escreveu: "Ted, o Mentiroso, e Kasich, 1 em 38 [numa referência à única vitória do governador nas 39 primárias disputadas até agora], não conseguem derrotar-me sozinhos, por isso têm de se unir. Mostram fraqueza!" Hoje, Trump voltou a recorrer à mesma rede social para denunciar "um acordo que é uma piada" que "está a desmoronar-se, não está a ser cumprido e está quase morto".

Tudo isto, escreveu o Político, porque Kasich nunca pediu expressamente aos seus apoiantes para votarem em Cruz no Indiana. Questionado na NBC News, o governador do Ohio, que até agora apenas ganhou no seu próprio, explicou que o seu objetivo não é travar Trump, mas sim evitar que a democrata Hillary Clinton chegue à Casa Branca. "Não disse a ninguém para não votar em mim. Só não estou a fazer campanha", garantiu.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt