Quando os infantes se vestiram de mexicanos

A seleção portuguesa tinha feito história e 20 anos depois regressava ao campeonato do mundo de futebol. A duas semanas da estreia, jogadores e selecionador partilhavam sorrisos, longe ainda do caso Saltillo.
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A manchete dividia-se entre a nova encíclica de João Paulo II e a notícia de um grupo terrorista preso em Madrid com ações planeadas em Portugal. Mas a imagem é dedicada aos infantes (a designação dada ao grupo de selecionados do Mundial'86) de sombrero.

"O passeio a Saltillo, no sábado, descontraiu os Infantes, que compraram trajos típicos mexicanos, como foi o caso de Diamantino, Torres, José António, Monge da Silva, Águas, João Pinto e Sobrinho", lia-se na legenda.

O DN tinha enviado Silva Pires para fazer a cobertura de um campeonato que ficou na história da seleção portuguesa, e não pelas melhores recordações. No campo desportivo, Portugal arrecadou uma vitória, com Inglaterra (1-0), tendo perdido os dois jogos seguintes, com a Polónia (0-1) e Marrocos (1-3).

O desempenho da equipa terá sido afetado pela rebelião dos jogadores, que protestaram contra o amadorismo da organização da Federação Portuguesa de Futebol e exigiram uma melhoria nos prémios de jogo, de participação e relativa aos direitos de imagem.

O caso Saltillo viria a ter consequências, com a irradiação de oito dos 22 jogadores e o seu afastamento das principais equipas nos jogos de apuramento para o campeonato europeu de 1988.

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