ABC cancela "Roseanne" por causa de mensagem racista da protagonista
A estação de televisão norte-americana ABC, que pertence ao grupo Disney, cancelou a popular comédia "Roseanne" depois de a protagonista, Roseanne Barr, ter causado polémica com os seus tweets racistas. Num deles, entretanto apagado, comparava uma antiga assessora do ex-presidente Barack Obama a um macaco.
A série, cuja versão inicial passou nos ecrãs entre 1988 e 1997, regressou este ano e foi o programa mais visto da última temporada da ABC - uma média de 18,7 milhões de espectadores, apenas ultrapassados pela Teoria do Big Bang da CBS. "Roseanne" relata as peripécias de uma família de colarinho azul, os Conners, sendo considerada um retrato realístico das dificuldades de uma família da classe trabalhadora.
O sucesso foi tal que, no final de março, a estação de televisão anunciou que a tinha renovado por mais uma temporada. O presidente norte-americano, Donald Trump, tinha citado a popularidade da série como prova de que os seus apoiantes, entre os quais a própria Roseanne Barr, estão interessados em ver programas que falam das suas preocupações.
"As declarações de Roseanne no Twitter são repugnantes e inconsistentes com os nossos valores, pelo que decidimos cancelar o programa dela", indicou a presidente da ABC Entertainment, Channing Dungey, num comunicado.
O diretor executivo da Disney, Bob Iger, reagiu mais tarde no Twitter: "Só havia uma coisa a fazer aqui, que era a coisa certa."
No tweet polémico, Roseanne comparava a antiga assessora de Obama, Valerie Jarrett, de 61 anos, a um macaco. "Irmandade muçulmana [movimento político islamita] & Planeta dos Macacos = VJ", tinha escrito a atriz. Barr, de 65 anos, pediu depois desculpa por "ter feito uma má piada" sobre Jarrett, que é negra e nasceu no Irão, filha de pais norte-americanos.