A "vida de morte" de Tina Turner
Aascensão, queda e ascensão de Tina Turner já tinha dado em 1993 uma longa de ficção chamada Whats' Love Got to Do with It, de Brian Gibson, filme que chegou a dar nomeações aos Óscares aos seus atores. Agora, quando a cantora já estreou o musical com o seu nome na Broadway e fez 81 anos, chegou a altura de o seu marido, Erwin Bach, e a Universal oferecerem este documentário-homenagem, uma maneira, como ela própria frisa, de fechar um ciclo e nunca mais ter de reviver o seu calvário com Ike Turner, o ex-marido que a violou e maltratou durante toda a sua vida adulta antes de fugir e começar de novo.
Tina, assim de chama o filme de Daniel Lindsay e T.J. Martin, torna-se um dos acontecimentos da secção de antestreias do festival, a Berlinale Speciale. Adotando uma fórmula algo preguiçosa de "cabeças falantes" e uma entrevista maior e recente da própria Miss Hot Legs, o documentário está dividido em quatro partes: I- Ike & Tina, II- Família, III- Carreira, IV- A história, V- Amor. Uma relato de epopeia feminina sobre uma mulher que se reinventou e terá sido uma precursora do direito de denúncia das mulheres contra a agressão e os abusos masculinos.
Montado com um crescendo emocional capaz de não negligenciar temas delicados, Tina é um "agrada-multidões" nato. Um presente para os fãs de uma artista capaz de confessar ter vivido uma "vida de morte" e no qual se conta também a relação de Tina com a mãe, a escolha do seu nome artístico e a forma como chegou a odiar a canção What's Love Got to Do with It. Um caso de cinema documental com marcas de blockbuster...