A união do palestiniano Mahmoud e da israelita Morel

Mahmoud e Morel não imaginavam que naquele que devia ser o dia mais feliz das suas vidas teriam de abrir caminho por entre gritos de ódio e manifestantes de extram-direita israelita que se opunham ao casamento entre um muçulmano e uma judia convertida ao islãio.
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A união de Mahmoud e Morel foi perturbada no domingo à noite em Telavive por centenas de manifestantes que responderam ao apelo da organização de extrema-direita israelita Lehava (A Chama) que milita contra a assimilação dos judeus e os casamentos mistos.

Envergando T-shirts com slogans racistas, exacerbados por semanas de guerra na Faixa de Gaza, os manifestantes passaram o serão numa espécie de jogo do gato e do rato com a polícia. O objetivo era aproximarem-se dos convidados para os insultar e trocar acusações com a dezena de simpatizantes que se reuniram em Telavive em apoio à união entre um palestiniano e uma israelita.

Estes Romeu e Julieta dos Médio Oriente, ele um empresário de 26 anos, ela professora de 23, conheceram-se há cinco anos. A judia Morel Malka Mansour acabou entretanto por se converter ao islão. Morel e Mahmoud já esperavam que a sua união viesse criar tensões nas suas famílias, mas estavam longe de imaginar que fosse cristalizar as tensões vividas entre israelitas e palestinianos, sobretudo desde o início da última operação em Gaza, a 8 de julho, que já fez mais de dois mil mortos palestinianos e quase sete dezenas de israelitas.

A situação escapou ao seu controlo quando, depois de anunciarem o casamento no Facebook, descobriram que a Lehava apelava a uma manifestação durante a cerimónia.

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