A última esperança para Trump não ser presidente: eleitores querem "trair" o povo
Donald Trump ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos mas, após vários protestos em várias cidades do país, dois homens avançaram com o que poderia ser a solução para impedir que o empresário tome posse.
Bret Chiafolo, eleito para o colégio eleitoral do estado de Washington, e Micheal Baca, do colégio eleitoral do Colorado, criaram o movimento "Moral Electors" para convencer 37 grandes eleitores a não votarem em Trump.
São os membros do colégio eleitoral, cujo número varia de estado para estado conforme uma série de parâmetros, quem vão escolher oficialmente o presidente do país a 19 de dezembro, tendo eles todo o poder nas mãos.
Na eleição de dia 8, Trump conseguiu 290 grandes eleitores, e precisava apenas de 270 para ganhar. Se Chiafolo e Baca conseguirem convencer 37 grandes eleitores a não votarem nele (mesmo que este candidato tenha vencido nos seus estados), a decisão final passará para as mãos da Casa dos Representantes. Esta entidade terá então de escolher entre os três candidatos com mais votos.
"É muito improvável", disse Chiafolo ao Politico. "Contudo, houve situações em que dois ou três eleitores republicanos afirmaram publicamente que não queriam votar no Trump. Quantos deles têm problemas com Donald Trump em privado?", perguntou.
Chiafolo, que trabalha para a Microsoft, e Baca, fuzileiro veterano, são republicanos e garantem que o objetivo não é dar a vitória a Hillary Clinton ou outro democrata.
"Eles [os grandes eleitores] olham para o país e veem que Donald Trump vai dividir-nos mas escolher outro republicano mais moderado pode unir este país", disse Chiafolo ao jornal Kiro7. O republicano sugere Mit Romney ou John Kasich como alternativas a Trump.
Para o plano dar certo, os grandes eleitores teriam de ir contra a vontade do público de cada estado, que escolheu, nas eleições de 8 de novembro, o candidato que deveria ganhar. Ou seja, alguns dos grandes eleitores dos estados onde Donald Trump recebeu mais votos não poderiam seguir a escolha do povo e teriam de se recusar a votar em Trump.
O grandes eleitores raramente vão contra a vontade dos eleitores e alguns estados têm leis que os proíbem de os fazer. Contudo, há especialistas e advogados que dizem que tais leis são inconstitucionais e que eles devem votar de acordo com a sua consciência.
O movimento tem criado polémica no país pois, embora alguns apoiem e acreditem ser a melhor opção, outros afirmam que é antidemocrático.
"Iria criar o caos no país se o presidente escolhido de acordo com as regras fosse expulso porque as elites no congresso decidiam escolher qualquer outra pessoa", disse o jornalista John Dickerson, segundo a Kiro7.
Para já, Chiafolo e Baca dizem que outro grande eleitor se juntou ao movimento, Robert Satiacum, de Washington. E continuam a procurar apoios.