A redenção de Jonas salva um ponto no último suspiro

Brasileiro falhou um penálti que poderia dar vantagem aos encarnados, mas depois foi também ele que evitou a derrota aos 90+7"
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Um golo de Jonas no último segundo de jogo deu um ponto ao Benfica no Restelo, num jogo em que as águias só apareceram no segundo tempo mas se arriscaram a perder quando Nathan marcou para o Belenenses, aos 86", ao segundo toque na bola na Liga portuguesa - o brasileiro cedido pelo Chelsea estreou-se ontem na prova.

Com a ausência de Krovinovic, a expectativa era grande para ver como as águias se iriam comportar. E o primeiro esboço não correu bem para Rui Vitória. Nos primeiros 45 minutos houve qualidade de uma equipa, o Belenenses, e um Benfica a viver (mal) de individualidades. Faltou agressividade aos encarnados, algo que os azuis tinham para dar e vender. Bastante audazes, os comandados de Silas foram sempre mais rápidos sobre a bola, subindo quase sempre as linhas e provocando o erro no adversário, que sentia muitas dificuldades em construir.

Estas dificuldades muito se ficaram também a dever à estratégia de meio-campo adotada por Silas. Sem bola, o treinador pedia aos alas Diogo Viana e Fredy para pressionarem no meio-campo, onde ontem o Benfica tinha uma novidade, o jovem João Carvalho, a fazer as vezes do lesionado Krovinovic. As águias sentiam-se pressionadas, sem capacidade para construir, e apostavam mais no jogo direito, sobretudo para Cervi e Salvio, nas alas. Numa ou outra ocasião os argentinos conseguiam levar a equipa para a frente, mas depois defensivamente o Belenenses fechava-se bem, sem dar espaços, sobretudo, a Jonas.

Foi um Belenenses muito personalizado o que se viu na primeira parte, pecando apenas na frente, dado que dominava em tudo o resto. A jogar melhor, houve depois excesso de confiança no setor mais ofensivo, com muita pressa para resolver. Com um Benfica sem cabeça a organizar e um Belenenses muito apressado na hora da finalização, as oportunidades foram raras, uma para cada lado, primeiro por Chaby, aos 3", e uma de Salvio aos 40".

Com a possibilidade de passar provisoriamente para a frente da Liga, o Benfica tinha de demonstrar outra postura no segundo tempo. E demonstrou. Quando a bola começou a chegar mais vezes ao pequeno Cervi, a partir dos 60", a velocidade aumentou e o nível de agressividade também. Estava melhor o Benfica, o Belenenses mais recuado e a apostar sobretudo no contra-ataque.

As águias agora corriam mais, a bola chegava mais vezes a Jonas e finalmente os encarnados dominavam o meio-campo. E dominaram-no sobretudo quando Rui Vitória mudou, colocando Zivkovic em vez de João Carvalho. O sérvio deu outra dinâmica, aproximava linhas e a pressão alta dava mais resultados. Faltava apenas o golo. E as águias só se poderão queixar de si próprias: Cervi arrancou um penálti, aos 73", que Jonas falhou; dois minutos volvidos foi o mesmo argentino a falhar isolado.

Silas refrescou a equipa, deu ideia aos jogadores que queria mais, queria subir no terreno e aos poucos a bola aproximou-se da área de Bruno Varela. E num dos poucos remates à baliza, o substituto Nathan fazia o 1-0, contra a corrente. Era um balde de água fria para as águias, que estavam melhores. Com alguns minutos para jogar, mais os descontos, valeu o coração dos encarnados. Rui Vitória substituíra Cervi, que estava a ser o melhor, mas acabou por ser feliz já no último pontapé, num livre direto em que Jonas se redimiu e fez o 1-1.

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