Em Homem Morto (1995), Jim Jarmusch já explorava a poesia através do cinema. Há mesmo nessa fantasia trajada de western um protagonista chamado William Blake (Johnny Depp), e tudo remete para os temas da obra do poeta inglês.
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Com Paterson, o realizador regressa a ela como matéria pura do quotidiano, e faz render o título: Paterson é o nome de um motorista de autocarro que escreve poemas à hora do almoço, o nome da cidade onde este vive, e do poema épico de William Carlos Williams.
Esse homem simples, que celebra os detalhes de cada dia nos seus versos (ou melhor, do poeta Ron Padgett), é o motor de um filme magnificamente paciente. Com sabedoria límpida na expressão, Adam Driver leva-nos ao maravilhoso mundo da sua rotina. E nessa composição inspirada, Jarmusch prova ser o autor mais valioso do atual cinema independente americano.
classificação:****