E se nos últimos 70 anos esta peça de Gershwin tivesse sido mal tocada?

<em>An American in </em><em>Paris</em>, poema sinfónico de jazz adaptado à Broadway e ao cinema pode ter sido mal tocado. O motivo? Uma confusão na forma como devem soar as buzinas de táxi na música
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George Gershwin compôs An American in Paris (Um Americano em Paris) depois de visitar a capital francesa em 1928. Agora, o musicólogo Mark Clague, da universidade americana do Michigan, que está a trabalhar numa edição crítica da obra musical dos irmãos George e Ira Gershwin, sugere que, nos últimos 70 anos, as orquestras têm tocado de forma incorreta aquele poema sinfónico do jazz.

Em causa não está uma interpretação errada de toda a peça que viria a ser adaptada a um musical da Broadway ou ao homónimo clássico do cinema, assinado por Vincente Minnelli e protagonizado por Gene Kelly. O problema de leitura estará apenas nas buzinas de táxis de Paris que se ouvem na música.

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Quando Clague analisou a partitura original de Gershwin e as gravações mais antigas que se conhecem da peça, percebeu que a anotação do compositor americano poderá ter causado confusão.

As buzinas de táxis aparecem assinaladas com as letras A, B, C e D. Todavia, Gershwin não terá esclarecido se estas correspondiam às notas musicais Lá, Si, Dó, Ré ( A, B, C e D na notação inglesa), como foram interpretadas pelo menos desde 1945, na gravação da NBC Symphony Orchestram conduzida por Arturo Toscanini.

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A nova edição crítica vem afirmar que aquelas letras não diziam que notas tocar, mas em que ordem tocavam as buzinas que representam a paisagem urbana de Paris vista por um americano. O académico do Michigan evoca uma gravação da Victor Symphony Orchestra, em 1929, supervisionada pelo próprio Gershwin, em que a interpretação é conforme à sua tese.

Recorde o clássico de Vincente Minnelli:

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