A mulher que vai dirigir a maior colaboração científica do mundo
Liderou a ATLAS, uma das experiências que ajudou a descobrir o famoso bosão de Higgs, e tornou-se uma das caras da descoberta, quando o Centro Europeu de Física Nuclear, o CERN, anunciou os resultados numa muito aguardada, e muito concorrida, conferência de imprensa, a 4 de julho de 2012.
Fabiola Gianotti surgiu sorridente e mostrou os resultados da sua equipa de três mil cientistas, incluindo uma vintena de portugueses. Eles revelavam sem margem para dúvida a existência de uma nova partícula e Gianotti tornou-se nesse dia uma estrela da física - um mundo no qual nos habituámos a ver sobretudo homens. Foi agora escolhida para dirigir os destinos do CERN, a maior colaboração científica do mundo, a partir de 1 de janeiro de 2016.
Poucos meses depois do anúncio da descoberta da tal partícula de Deus - designação à qual ela e todos os físicos costumam torcer o nariz -, Gianotti foi eleita uma das personalidades do ano pela Time e ganhou entrada direta para o top 100 das mulheres mais influentes do mundo. A sua escolha para diretora-geral do CERN - é a primeira mulher no cargo desde a criação do CERN há 60 anos - vem confirmar essa visão.
"Não a escolhemos por ser mulher", diz o físico Gaspar Barreira, delegado português ao Conselho do CERN, o órgão que toma a decisão. "Era claramente a melhor e o nome dela foi tão consensual que a decisão, ao contrário do que costuma acontecer, levou cinco minutos", conta ao DN.
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