A mulher que demoliu Downton Abbey
Depois de tudo consumado, com o grande final no infalível episódio natalício, Gareth Neame, o produtor da série televisiva Downton Abbey, explicou a despedida: "Decidimos não continuar sem a Maggie, que nos preveniu a tempo que a sexta temporada seria, para ela, a última. Claro que podíamos ter optado por matar a personagem, mas depressa concluímos que a série ficaria diminuída sem aquela Lady Grantham." Sejam bem-vindos ao estilo britânico - nos Estados Unidos, a saga familiar escrita por Julian Fellowes certamente teria prosseguido, com a morte de Violet Crawley ou com outra atriz no papel da assertiva aristocrata. E, no entanto, a lógica de Maggie Smith revela-se difícil de refutar. Ao jornal The Sunday Times, a atriz já tinha apontado uma das suas razões: "Não faz sentido que eu continue. Pelas minhas contas, a minha personagem já deve rondar os 110 anos... Um absurdo!"
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Claro que, além deste argumento de peso, outros acrescem. Por um lado, a dificuldade de Dame Maggie Smith em lidar com sucessivas temporadas - acerca do outro papel que lhe granjeou uma enorme popularidade tardia, o da professora feiticeira Minerva McGonagall na série de filmes rodados em torno de Harry Potter, já afirmara que não ia "sentir saudades": "Foi uma bela experiência, mas foram dez anos, o que me parece, no mínimo, suficiente." Por outro, é manifesto que, aos 81 anos (completados três dias depois da exibição do último capítulo de Downton Abbey), ainda quer protagonizar novas aventuras.
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"Avozinha" em forma
Para os portugueses, o primeiro sinal concreto dessa inquietação torna-se visível a partir da próxima quinta-feira, 28, em que chega aos cinemas nacionais A Senhora da Furgoneta, baseado numa peça do dramaturgo Alan Bennett que, desta vez, garante ter andado à volta de um caso real por si vivido. É a história de uma idosa que vive dentro da carrinha e que convenceu o autor a permitir-lhe um prolongado estacionamento (15 anos!) no jardim da sua casa, em Camden. Maggie Smith já tinha sido chamada a representar Miss Shepherd no teatro, onde o texto foi estreado em 1999, com encenação de Nicholas Hytner, que agora realiza o filme.
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