A moeda desvaloriza, o presidente pede orações pelo país
O Presidente da Zâmbia, Edgar Lungu, apelou hoje a Deus para "curar" a crise no seu país, pedindo intervenção divina para resolver a forte desvalorização da moeda zambiana, durante uma jornada nacional de oração.
"O nosso Deus [já] ouviu as nossas preces. Ele [já] perdoou os nossos pecados e temos a certeza de que vai curar o nosso país que enfrenta graves problemas socioeconómicos", afirmou Edgar Lungu numa declaração perante cerca de 5.000 pessoas, incluindo ex-presidentes da Zâmbia como Kenneth Kaunda e Rupiah Banda.
[citacao:O nosso Deus [já] ouviu as nossas preces. Ele [já] perdoou os nossos pecados e temos a certeza de que vai curar o nosso país que enfrenta graves problemas socioeconómicos]
"Vocês sabem que Deus é amor e apelo a cada um de vós que faça o seu melhor e que deixe o resto nas mãos de Deus", disse o Presidente da Zâmbia, numa jornada nacional de oração que ocorreu ontem no país, onde 85% da população é cristã.
Também o ex-Presidente Kenneth Kaunda apelou a que Deus guie o atual Presidente e o bispo Peter Ndlobvu afirmou mesmo que Deus pode resolver a crise económica na Zâmbia.
"Àqueles que perguntam se a oração pode voltar a colocar a economia nos trilhos, eu respondo que sim. Porque a Bíblia diz que o ouro e a prata pertencem a Deus", afirmou Peter Ndlobvu.
A moeda zambiana, a kwacha, perdeu 45% do seu valor face ao dólar desde o início do ano, devido a uma queda acentuada do preço do cobre, o que representa 70% das exportações, do qual a economia do país é muito dependente e cujo valor está muito dependente da China, que desvalorizou a sua moeda ao mesmo que caíam os preços deste metal.
A Zâmbia está entre os 10 maiores produtores de cobre do mundo, o segundo na África continental.
Como consequência direta houve uma escalada do preço dos géneros alimentares.
O país está também a sofrer uma forte seca, que está a dificultar a produção de energia, e nos últimos meses viu as agências de rating Moody's e Standard & Poors baixaram a notação do país.
Críticas ao presidente
O pedido de Lungu foi acolhido com cepticismo no país. O ministro do trabalho zambiano declarou a um jornal que "Falhámos a fazer as coisas. Por isso estamos a pedir a intervenção de Deus".
Menos suave, o líder tribal Ntambu disse que os membros do Governo eram "idiotas". "Rezar para quê; um milagre económico ou assim?", disse o chefe de uma tribo do nordeste da Zâmbia.