A minha família é mais disfuncional que a tua

"Tão Só o Fim do Mundo", de Xavier Dolan.
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Esventrar o sentimento. À bruta, com força, com raiva. Eis o novo Xavier Dolan, o mais contestado Grande Prémio de Cannes dos últimos anos. O filme de todos os precipícios - para uns é a consagração, para outros um tropeção. O canadiano parece estar refém do seu sucesso: estava na altura de levar um cartão amarelo de uma certa crítica. Juste la Fin du Monde é demasiado histérico e melodramático para quem esperava o timing da contenção. Divisões à parte, em França é um sucesso de público notável para um filme fechado quase todo ele dentro de portas.

Adaptando a peça com contornos autobiográficos de Jean-Luc Lagarce, Dolan filma a família e tudo aquilo que nos divide perante o nosso passado, ou seja, uma incandescente "loucura normal". O herói em questão é um artista que regressa à casa da família para comunicar à mãe e aos irmãos que está a morrer com SIDA.

Frenético e sufocante, no meio daquele caos está o teatro da vida. Não falta também o amor incondicional. E nesse grande caldeirão de emoções temos a serenidade de Gaspard Ulliel, o maior ator francês da atualidade.

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Classificação: 4 estrelas

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