A incrível lista dos que ficaram à porta...

Não é só o chocante afastamento de Amy Adams desta corrida que marca a lista dos ignorados pela Academia.
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Silêncio foi o filme a abater pela Academia. Está nomeado para melhor fotografia mas Scorsese é olimpicamente esquecido. O radicalismo do tom de Scorsese no mergulho de fé terá sido demais para os gostos mais conservadores da Academia?

Alinharíamos nessa hipótese se não fosse também notória uma certa divisão da imprensa americana. Mesmo alguns dos mais acérrimos defensores de Scorsese ficaram desiludidos com esta obra.

Mas talvez o perdedor surpresa seja Animais Noturnos, de Tom Ford, que nem na categoria de melhor filme e melhor realização está nomeado. Tom Ford vem e está na moda e ainda não é desta que é aceite entre os seus pares do cinema.

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Nas atrizes, Isabelle Huppert (Ela) e Ruth Negga (Loving) devem ter tirado as vagas a Amy Adams, Rebecca Hall (Christine) e a Annette Benning, que em Mulheres do Século XX é majestosa.

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Refira-se que Adams poderia perfeitamente estar entre as cinco eleitas com dois filmes: O Primeiro Encontro, de Denis Villeneuve e Animais Noturnos, de Tom Ford.

Nesse sentido, o esquecimento para Emily Blunt, em A Rapariga no Comboio, acaba por ser esperado, mesmo tendo em conta que a atriz inglesa é o melhor de um filme fustigado pela crítica.

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Nos atores, nos principais, Joel Edgerton terá ficado à porta da nomeação pelo seu desempenho como o primeiro homem branco a lutar por um casamento inter-racial na Virgínia do final dos anos 1950.

Quanto aos secundários, não houve espaço para Hugh Grant, em Florence, Uma Diva Fora do Tom. Uma omissão que poucos esperavam, sobretudo tendo em conta que o ator de Quatro Casamentos e Um Funeral era quase principal.

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Também a ausência de Aaron Taylor-Johnson, em Animais Noturnos, não deixa de causar alguma perplexidade, sobretudo por ter vencido o Golden Globe nessa categoria (verdade seja dita, uma das decisões mais exageradas dos prémios dados pela imprensa estrangeira em Hollywood).

Liam Neeson, em Silêncio, daria um ótimo nomeado mas terá apanhado por tabela face ao boicote ao filme de Scorsese.

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A maior injustiça nestas nomeações talvez tenha sido o afastamento de Kevin Costner, precioso no coral Elementos Secretos, de Theodore Melfi, bem como a de Greta Gerwig, esplêndida em Mulheres do Século XX.

O Milagre do Rio Hudson, como já se esperava, ficou de fora dos principais Óscares, mas importa não esquecer o trabalho de Tom Hanks, que terá tido aqui uma das suas composições de underacting mais exigentes. O filme de Clint Eastwood provavelmente também poderia ter originado nomeação para ator secundário para Aaron Eckhart.

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O mesmo ator em Bleed for This - A Força de Um Campeão, de Ben Younger, estava igualmente com interpretação digna de nomeação.

Algum espanto nas categorias técnicas por não encontrarmos nomeações para a direção de arte, guarda-roupa e efeitos visuais (pelo menos...) para A Casa da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Tim Burton. O lobby aí deve ter falhado, tal como nos documentários para a ausência de Weiner, de Elyse Steinberg e Josh Kriegman, possivelmente o documentário mais falado nos EUA.

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Palavra ainda nas animações para a derrota de À Procura de Dory, da Pixar. Num ano normal, a Pixar não falha nas nomeações.

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