A importância de um casamento real
"Entre 1382 e 1919 não se realizou um só casamento real na Abadia de Westminster", recorda o colunista Charles Moore. "Desde então, já houve nove. O que nos diz algo surpreendente: nos tempos modernos, os casamentos reais assumiram maior importância na nossa vida nacional do que em qualquer época anterior."
Na próxima sexta-feira, esse facto vai provar-se outra vez. "Pensa-se que dois mil milhões de pessoas irão assistir ao casamento de Catherine e William. Aquele 'pequeno momento na igreja' será o maior sucesso de bilheteira do século XXI, até agora."
"Se eu fosse republicano, o casamento deixar-me-ia preocupado. Não se trata de uma mera diversão. Vê-lo-ia - e estaria certo em ter esta percepção - como um sério desafio aos meus sonhos de mudança. E estaria furioso."
"As ideias sobre a realeza tornam-se mais fortes ainda na forma do casamento, porque este é, na cultura moderna, um acto profundamente pessoal", mas no caso de William e Catherine será algo mais do que isso. "No seu caso, envolve uma dinastia e um destino nacional."
"E se for um inglês a ver a cerimónia, seria preciso ser de uma tremenda ignorância para não entender a importância deste casamento na nossa história e no nosso futuro".
Suplantados os "problemas que rondavam já os bastidores em 1981 [o casamento de Carlos e Diana, e o seu posterior divórcio]", hoje, a noiva e o noivo conhecem-se bem. A instituição excessivamente confiante em 1981, tornou-se mais realista e prudente. O que é bom. Mas cada casamento é uma aposta contra o que a vida pode fazer aparecer entre o casal (...). Mas sinto-me orgulhoso de viver num país que, de forma colectiva, aposta em William e Kate." E é isto que deve preocupar os republicanos ingleses.