"A honestidade, mais do que uma qualidade, deve ser um modo de vida"

O famoso questionário Proust respondido pelo Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) Nuno Jacinto
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A sua virtude preferida?
A empatia, como expressão maior do respeito pelo próximo, sabendo que ninguém é detentor da verdade absoluta.

A qualidade que mais aprecia num homem?
A honestidade em todas ações: mais do que uma qualidade, deve ser um modo de vida.

A qualidade que mais aprecia numa mulher?
A mesma que nos homens. Aqui, como em tantas outras áreas, não devemos estabelecer diferenças entre mulheres e homens.

O que aprecia mais nos seus amigos?
A generosidade que sempre demonstraram: por mais anos que passem, as coisas não mudam entre nós.

O seu principal defeito?
Sou demasiado exigente, comigo e com os outros, o que por vezes me torna pouco tolerante. Errar é humano mas por vezes tenho dificuldade em aceitar essa realidade.

A sua ocupação preferida?
Aproveitar o tempo livre com a família e com os amigos, sem ansiedades nem preocupações.

Qual é a sua ideia de "felicidade perfeita"?
Sou um eterno insatisfeito, a perfeição será sempre inatingível. Mas sou feliz quando posso estar num local de que gosto, acompanhado pelos que me são queridos e desligado do resto do mundo.

Um desgosto?
Ver que no mundo atual há cada vez menos espaço para mulheres e homens bons. O valor e o mérito são relegados para segundo plano perante interesses obscuros e segundas intenções.

O que é que gostaria de ser?
O meu sonho de criança era ser piloto de Fórmula 1. Hoje já me contentava em ser o médico que acompanha as provas deste desporto.

Em que país gostaria de viver?
Num Portugal mais justo e harmoniosamente desenvolvido. Mas sempre em Portugal.

A cor preferida?
Azul, embora seja o vermelho Glorioso que me faça vibrar.

A flor de que gosta?
Toda aquela que consiga crescer em condições adversas.

O pássaro que prefere?
A águia.

O autor preferido em prosa?
Fernando Pessoa.

Poetas preferidos?
A eterna Sophia e o genial Ary dos Santos.

O seu herói da ficção?
Sou um filho dos anos 80: Michael Knight e McGyver.

Heroínas favoritas na ficção?
Sem dúvida que o meu destaque vai para a Mafalda, do cartoonista Quino: perspicaz, inteligente e sempre atual.

Os heróis da vida real?
Todos os meus colegas médicos de família em Portugal.

As heroínas históricas?
Anne Frank, Malala Yousafzai e todas as que, ao longo da história, foram sujeitas à barbárie do ser humano e souberam sempre resistir.

Os pintores preferidos?
Os impressionistas franceses.

Compositores preferidos?
Carlos Paião e Alain Oulman.

Os seus nomes preferidos?
Leonor e Francisco, por tudo aquilo que representam para mim.

O que detesta acima de tudo?
Que alguém diga uma coisa e faça exatamente o seu contrário.

A personagem histórica que mais despreza?
Pode ser um lugar comum, mas respondo Adolf Hitler, pois está nos antípodas de tudo aquilo em que acredito.

O feito militar que mais admira?
Todas as missões de manutenção da paz.

O dom da natureza que gostaria de ter?
O voo das aves, pela liberdade mas sobretudo para poder ver o mundo e a vida de uma perspetiva diferente e mais ampla.

Como gostaria de morrer?
Como vivi até agora, com a consciência tranquila.

Estado de espírito atual?
Inquietação. Hoje e sempre, não podemos dar nada por adquirido e é nossa obrigação lutar para corrigir o que entendemos estar errado.

Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
Todos os que são cometidos por pura ignorância. Como disse Jesus Cristo, "Perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem."

A sua divisa?
Aprendi-a com os meus filhos, ambos escuteiros: procurar deixar o mundo melhor do que o encontrei.

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