"A fundação Sindika Dokolo não passa cheques" diz o vice-presidente
Encontramo-lo no seu último dia na cidade do Porto. Estamos a quase nove mil quilómetros de Luanda, onde regressaria nessa mesma tarde. Naquela estada de 45 dias contou 72 reuniões com instituições e artistas. Fernando Alvim, angolano, número dois da Fundação Sindika Dokolo (FSD), presidida por aquele que lhe dá nome - como à respetiva coleção de arte - e é casado com Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola.
De Sindika Dokolo, angolano nascido no Congo e educado na Europa, amigo de longa data, diz que é "uma pessoa que está a fazer a história africana" pois, tal como o pai, o milionário colecionador de arte Augustin Dokolo, o genro de José Eduardo dos Santos está a recuperar a arte africana antiga, espalhada "pelos museus de etnologia do mundo", e a apostar na produção artística contemporânea.
Alvim chegou ao Porto em março para o início da exposição You Love Me, You Love Me Not, que reuniu obras da coleção na Galeria Municipal do Porto e que em três meses foi visitada por 40 mil pessoas. E foi em março que a ponte entre Luanda e Porto, que vinha a ser pensada pela FSD e o vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto (CMP) Paulo Cunha e Silva, surgia à luz do dia. Sindika Dokolo era então galardoado com a Medalha de Mérito Municipal - Grau Ouro, pelo presidente da CMP, Rui Moreira.