A força de um povo com ânsia de liberdade

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Na quarta-feira, o mundo assistiu ao povo venezuelano reclamar a liberdade e democracia que merecem. Durante demasiado tempo, a tentativa ilegítima de Nicolás Maduro de continuar com o seu regime opressivo tem perpetuado um governo baseado na violência e no medo, levando a uma crise humanitária. A escassez de alimentos, água e medicamentos básicos - aliada à corrupção descontrolada, violência contínua e taxas de inflação recordes - enfraqueceram a Venezuela, afetando a subsistência de milhões de venezuelanos, bem como as comunidades de portugueses e norte-americanos que lá vivem.

Desde o início, tenho tido grande respeito pelo facto de em todas as abordagens sobre a Venezuela, o governo português ter deixado sempre clara a sua primeira prioridade: a segurança dos portugueses e lusodescendentes na Venezuela. Partilho esta preocupação pelo bem-estar dos portugueses, tanto os que ainda estão na Venezuela como os que regressaram recentemente a Portugal.

Também tenho ficado sensibilizado com a forma como o governo e as comunidades por Portugal fora, particularmente na Madeira, apoiaram os cidadãos portugueses que fugiram da tirania e do caos do regime de Maduro. Para mim, é este compromisso para com a segurança, o diálogo pacífico e a solidariedade que reafirma os muitos valores que Portugal e os Estados Unidos partilham. Como exemplo do compromisso dos Estados Unidos com os valores humanitários e o atenuar do sofrimento, o secretário de Estado, Mike Pompeo, anunciou na quinta-feira 20 milhões de dólares em ajuda humanitária imediata para o povo venezuelano.

Importa reconhecer o corajoso e decisivo apelo do povo da Venezuela pela restauração da democracia. Juntando-se em torno do presidente interino Juan Guaidó, ergueram-se contra o regime de Maduro e exigiram respeito pelos seus direitos e pelo Estado de direito. Como nações livres, devemos-lhes uma frente unida no caminho a traçar - rumo a um futuro livre e justo para a Venezuela, decidido pelo povo venezuelano nas urnas.

Nenhum governo, por mais forte que seja, consegue reprimir um povo que anseia por liberdade. E a Venezuela não é exceção. Nesse sentido, os Estados Unidos serão firmes no apoio a uma transição pacífica para a democracia e continuarão a apoiar o povo da Venezuela, assim como os muitos portugueses e americanos que continuam lá, até que a democracia e a liberdade sejam plenamente restauradas.

Embaixador dos EUA em Portugal

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