A festa multicultural no ínicio do segundo dia de festival

Rui Veloso, Lenine e Angélique Kidjo foram os primeiros a subir ao Palco Mundo, num dia em que todos esperam ver os veteranos Rolling Stones.
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Quando há 50 anos os Rolling Stones se juntaram no Bricklayers Arm, típico pub no Soho, em Londres, tiveram, então, como principal influência para a sua música os blues dos Estados Unidos, ou não fosse o nome da banda "pilhado" de um disco de Muddy Waters. Também o português Frankie Chavez vai beber a parte dessa herança da música norte-americana, ainda que filtrada por referências mais recentes, dos White Stripes aos Black Keys. O músico, que lançou recentemente o álbum Heart & Spine, atuou para uma plateia cheia no Palco Vodafone, ao final da tarde, que recebeu com relativo entusiasmo a eletricidade do cantor, que se fez acompanhar por um baterista e um baixista.

O conforto solar (a apontar para a sombra de Jack Johnson) que caracterizava há uns anos a sua música deu lugar, a tempos, a uma maior agressividade (tocando em referências próximas do hard rock), ideal, portanto, para este dia onde quase todas as atenções se centraram nesses veteranos do rock'n'roll que são os Rolling Stones.

Levou ainda a guitarra portuguesa para este cenário rock e, a certa altura, experimentou a slide guitar, fazendo recordar um Ben Harper mais efusivo.

Pouco depois de Frankie Chavez era também um português que inaugurava o Palco Mundo, mais precisamente Rui Veloso, com um concerto onde o palco foi dividido com o brasileiro Lenine e a cantora beninense Angélique Kidjo. Mas não só. Se foi o denominado "pai do rock" a abrir as hostes, com o célebre Lado Lunar, mais tarde o conjunto vocal Shout também apareceu em palco, abrindo assim "as portas" a Angélique Kidjo, que depois de Redemption Song, partilhou ainda Voodoo Child com o músico português.

Antes Lenine voltou ao seu repertório, com Jacksoul Brasileiro e Candeeiro Encantado, tendo regressado ao Palco Mundo para cantar ao lado de Rui Veloso A Paixão, entoada a viva voz pelos milhares de pessoas que já se encontravam no Parque da Bela Vista. Angélique voltou ao palco para uma canção que, segundo o músico português, foi ensaiada apenas no dia anterior. A canção foi Sodade, celebrizada na voz da cantora cabo-verdiana Cesária Évora.

No final os três protagonistas deste encontro inédito juntaram-se ao som de Dois Olhos Negros e Africa, tema durante o qual Kidjo desceu do palco para cumprimentar os presentes nas primeiras filas, numa autêntica festa multicultural.

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