A Festa do Povo. Nem Marcelo faltou

De quatro em quatro anos a cidade sai à rua numa manifestação de cor, música e alegria. A Festa dos Tabuleiros, em honra do Espírito Santo, fechou este domingo mais uma edição perante o olhar e muitos telemóveis de milhares de visitantes. Entre eles Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou a cancelar a ida, mas acabou por não faltar no cortejo.
Publicado a
Atualizado a

A cidade de Tomar engalanada para receber milhares de pessoas naquele que é um dos maiores cartazes turísticos da região. Um acontecimento único que a cada quatro anos une todos na cidade, seja na decoração das ruas com flores de papel, seja nos jogos populares e, claro está, no momento alto de toda festa que ocorreu este domingo: o grande Cortejo dos Tabuleiros.

A praça até parece pequena. Está cheia de visitantes e altas individualidades (o Presidente da República chegou a cancelar a ida, depois do desmaio que sofreu esta semana, mas acabou por aparecer em Tomar), mas os olhares estão nos Tabuleiros que jazem no chão. Parece que ganharam vida, neste dia. Este é o ponto alto de todo o cortejo, quando se dá a bênção dos tabuleiros pelo bispo de Santarém. Todos aguardam ansiosamente o toque de sino que fará levantar em uníssono quem está na Praça da República.

As mulheres que transportam os tabuleiros, com os seus vestidos brancos e fitas coloridas, vão tentando manter o sorriso, enquanto equilibram os 15 quilos no topo da cabeça. São escoltadas por homens de camisa branca e mangas arregaçadas, calças pretas e barrete no ombro e gravata da cor da fita da rapariga. Mas eles só ali estão para ajudar em caso de dificuldade. Os tabuleiros devem ser carregados por elas e ter a sua altura. Estão ornamentados com flores de papel, verdura e espigas de trigo. São entrelaçados com 30 pães, tantos como as Chagas de Cristo. Eles são a razão última da festa e nem a chuva que sábado assolou a cidade conseguiu desbotar.

"Depois de quatro anos e da pandemia parece que as pessoas estão sedentas de estarem juntas", afirma Luís Santos, que desfila com a mulher, Marina. São ambos veteranos nestas andanças, mas para ele é a primeira vez que acompanha alguém no cortejo. Está mais habituado a trabalhar na Comissão de Festas que planeia e organiza estas festividades e para ele este é uma altura de orgulho na sua cidade e na sua família, que participa em vários momentos da organização.

O casal é um dos muitos que estão a descansar na Praça da República. Ao terceiro toque do sino da Igreja de São João os 600 tabuleiros são levantados de uma só ́vez. Entre os 600 casais, Luís e Marina equilibram o seu tabuleiro. O enorme cortejo começa a desfilar, debaixo de palmas, e gritos de "Viva a festa!" erguem-se até à parte alta da cidade.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt