A equipa que encalhou está de volta e quer vencer
O anúncio foi feito há poucas horas em Newport, EUA - cidade que aliás voltará a receber mais uma etapa desta regata de volta ao mundo que começar em outubro próximo em Alicante, Espanha.
Chris Nicholson, o veterano velejador australiano que liderou a equipa na edição 2014-2015 da regata, vai ser agora substituído por Charlie Enright, norte-americano, que terá a seu lado o seu parceiro profissional de sempre, Mark Towhill
Este, na última edição da regata, e com pouquíssima experiência de vela oceânica, foi o skipper da equipa Alvimedica, ficando em quinto na classificação geral (entre sete equipas concorrentes) e triunfando na última das nove etapas (que ligou Lorient, em França, a Gotemburgo, na Suécia). O seu maior feito foi ter conseguido ser a primeira equipa a passar o cabo Horn (algo que na próxima edição da prova merecerá bónus na pontuação).
Agora aquilo que foi na última regata o "Team Vestas" passará a chamar-se "Vestas 11th Hour Racing". O novo nome assinala que à Vestas se associou uma ONG privada norte-americana de defesa da sustentabilidade dos mares, a "11th Hour Racing". A ONG está no universo da fundação criada por Eric Schmidt, o chairman da Google.
Na edição 2014-2015, o Team Vestas protagonizou uma das maiores histórias de preserverança jamais vistas na história da regata. Na noite de 29 de novembro de 2014, fazendo a segunda etapa, que ligava a Cidade do Cabo (África do Sul) ao Abu Dhabi (Golfo Pérsico) encalhou brutalmente numa ilhota deserta, devido a um erro do navegador, o holandês Wouter Verbraak, que não fez "zoom in" suficiente na carta digital, não se apercebendo portanto do obstáculo que se aproximava.
Transportado em cargueiros, o barco acabou por chegar aos estaleiros da Pérsico, em Itália, onde foi reconstruído. A equipa liderada por Chris Nicholson acabaria por voltar à regata seis meses depois, já perto do fim, fazendo as duas últimas etapas: Lisboa-Lorient e Lorient-Gotemburgo. Na primeira ficou em 2º e na segunda em 6º.
Agora Chris Nicholson dará o lugar a Charlie Enright como skipper. O norte-americano saudou as novas regras que incentivam a integração de mulheres nas tripulações mas não se comprometeu a segui-las. As escolhas, disse, serão feitas exclusivamente em função da performance. E o objetivo agora, assumiu, é vencer a Volvo Ocean Race.
Esta é a quarta equipa a anunciar a sua participação na prova, depois da Akzonobel (holandeses), Dongfeng (patrocinador chinês e tripulação maioritariamente francesa) e Team Mapfre (espanhóis). Já só sobram quatro barcos para outras tantas equipas, um dos quais ainda a ser construído.