A caminho de uma aventura nas montanhas Brancas

Pedro Pires tem 17 anos e é o único português num grupo de 15 que participa no projeto para jovens com diabetes tipo 1
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A mala está feita desde quinta-feira à noite. Pedro Pires, 17 anos, é o único português a participar no TD1 Youth Challenge, um projeto que vai na terceira edição e que leva jovens com diabetes tipo 1 a escalar algumas das montanhas mais altas do mundo. Agora é a vez das montanhas Brancas em Creta, na Grécia, depois do monte Kilimanjaro (Tanzânia) e de Machu Picchu (Peru). O objetivo é mostrar que a doença não é uma limitação. Em Portugal há 3262 jovens, até aos 19 anos, com diabetes tipo 1.

O avião saiu por volta das 06.00 do Aeroporto de Lisboa. "Acordar cedo faz parte da aventura", diz Pedro. Na mala, leva roupa para caminhada, uma lanterna para a cabeça, um saco-cama, lentes de contacto e o básico para a higiene pessoal. Fora uns bastões, compra de última hora para o ajudar a subir os 2080 das montanhas Brancas. Não leva muito mais, "porque temos de carregar a mala às costas", brinca. Leva ainda um kit essencial para quem sofre de diabetes tipo 1: "Insulina, medidor de glicemia, muito açúcar, hidratos de carbono como bolachas e barras, medidor de cetona e água."

Pedro soube que tinha diabetes tipo 1 por volta dos 10 anos. Os sintomas? "No meu caso foi beber muita água e ir muitas vezes à casa de banho. Ter uma mãe enfermeira ajudou a perceber o que se passava", conta. Descobrir aos 10 anos é tão complicado como saber em qualquer outra idade. Mas nada que não se ultrapasse. "No início é um choque, mas quando nos habituamos é perfeitamente normal. O projeto é para mostrar que somos capazes de tudo. É uma mensagem positiva e é mesmo verdade", afirma. É esta a mensagem do projeto, que este ano tem o apoio da farmacêutica Sanofi, que vai levar Pedro e outros 14 adolescentes de oito países europeus, Brasil, Canadá e Índia às montanhas Brancas. Habituado a fazer judo desde miúdo, por cá já subiu a Arrábida e a serra da Estrela. "Mas são mais pequenas", quase como quem diz que agora é que é a sério.

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