A Autoridade que vai às feiras e padarias

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"Só o primeiro-ministro José Sócrates leva a ASAE a sério." As palavras, ditas por Luis Filipe Menezes, na altura líder do PSD, reflectem algumas das críticas que, ao longo do seus três anos de vida, a ASAE tem sido alvo.

As iniciais significam Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Missão? A defesa dos consumidores e saúde pública. Como? através de acções de fiscalização levadas a cabo pelos quase 300 ins- pectores liderados pelo director António Nunes.

Aos 55 anos, o homem que está à frente dos destinos da ASAE desde a sua criação, nunca poderia adivinhar a projecção mediática que viria a ter ao aceitar este cargo.

Desde logo, em Janeiro de 2008- primeiro dia da entrada em vigor da lei do tabaco- António Nunes protagonizava um dos episódios mais caricatos da sua carreira. O líder da fiscalização em Portugal e também parte activa nas negociações da lei, foi fotografado pelo DN a... fumar no Casino do Estoril. Um episódio que viria a fazer correr muita tinta nos jornais.

Algumas das "operações'" mediatizadas pela própria ASAE ficam para a história. Como a dos inspectores vestidos a rigor, com máscaras de ski a esconder as caras, ao estilo "agentes do FBI" , munidos de 'shotguns' e acompanhados por militares da GNR a entrar em feiras. Em causa a venda de DVD e CD. piratas. Ou ainda as entradas em restaurantes chineses e algumas padarias por inexistência das mínimas condições de higiene exigidas na lei.

Em Maio de 2008 o CDS/PP exigia a demissão de António Nunes. Em causa uma contradição pública do director da ASAE. O Expresso noticiou que a ASAE teria enviado às direcções regionais uma lista de objectivos e metas para detenções, processos-crime e multas que os inspectores teriam de cumprir por ano. Primeiro, o inspector-geral começou por negar. Mais tarde, reconheceu, em directo nas televisões, que se tratava apenas de "um documento de trabalho", que teria sido enviado por engano. Mais recentemente, em Setembro de 2008, o refeitório da Assembleia da República fechou durante dois meses para obras, depois de uma acção da ASAE.

Já na passada Sexta-Feira Santa, a ASAE mandou encerrar 12 grandes superfícies por estas se recusarem a fechar as portas à tarde.

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