737 Max da Boeing, parado há 20 meses, volta aos céus num voo da Gol
O avião 737 Max da Boeing regressou esta quarta-feira aos ares, num voo da companhia aérea brasileira Gol, depois de ter estado sem voar desde março de 2019, após dois acidentes graves ocorridos na Indonésia e na Etiópia.
O 737 Max da Boeing, que passou por modificações e inúmeros testes desde os dois desastres aéreos, foi usado pela Gol numa viagem entre as cidades brasileiras de São Paulo e Porto Alegre, com cerca de 01:30 de duração.
Com sete tripulantes e capacidade para 186 passageiros, o voo estava 88% lotado, segundo um comissário ouvido pela agência francesa AFP.
A maioria dos viajantes não se apercebeu que estava a bordo de um Boeing 737 Max, no primeiro voo deste modelo de avião em 20 meses.
"Foi um bom voo, tranquilo", disse uma passageira, Naiara Providello, pouco antes de desembarcar. Outro passageiro que viajava com a namorada, ao saber do histórico do modelo no qual ia viajar, riu-se e exclamou: "É bom saber", garantindo que não tinha medo: "Se o avião está aqui é porque é seguro, não?".
Dois membros da tripulação, que pediram anonimato, disseram pouco antes de embarcar que estavam "muito emocionados" de fazer parte desta missão e expressaram a certeza de que tudo ficaria bem.
A Gol, que é a maior companhia de voos domésticos no Brasil, tinha dito que se algum passageiro se sentisse ansioso ao saber que viajaria neste modelo de avião, poderia reagendar a sua viagem sem custo.
Em novembro, autoridades norte-americanas e depois brasileiras deram luz verde para o retomar das operações com o 737 Max, que parou de voar em todo o mundo em março de 2019 depois de dois acidentes na Indonésia e na Etiópia, com apenas cinco meses de intervalo, terem matado um total de 346 pessoas.
No mês passado, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos e os órgãos reguladores na Europa abriram caminho para o retorno dos voos com o Boeing 737 Max, prescrevendo um novo 'software' de controlo de voo e outras mudanças na aeronave.