43 anos numa cadeira de rodas por erro de diagnóstico

Rufino Borrego perdeu a mobilidade aos 13 anos. Já estava com 56 quando lhe fizeram diagnóstico correto
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Foram 43 anos numa cadeira de rodas por causa de um diagnóstico incorreto. Mesmo assim, Rufino Borrego, de 61 anos, não guarda rancores. "Só quero aproveitar a vida", diz ao Jornal de Notícias, que hoje traz uma reportagem sobre este caso.

Rufino começou a ter problemas de mobilidade ainda criança e aos 13 anos já precisava de uma cadeira de rodas para se deslocar, conta o jornal. Apesar dos vários exames realizados, só quando já tinha 24 anos, em 1979, teve um diagnóstico, feito no hospital de Santa Maria, em Lisboa, após realização de uma biopsia muscular: distrofia muscular progressiva.

Toda a vida precisou da cadeira de rodas e da ajuda de familiares e amigos até para ir ao café junto de casa, no Alandroal, Alentejo. Mas em 2011 tudo mudou: largou a cadeira de rodas e passou a andar sozinho. Praticamente de um dia para o outro.

Três anos antes, já com 52, tinha ido ao hospital de Santa Maria com a sobrinha - que queria despistar se tinha a doença - e foi observado por uma médica que suspeitou que Rufino não era portador de distrofia muscular progressiva. Seguiram-se várias consultas, exames, um estudo genético e, em 2011, o diagnóstico foi-lhe alterado. Afinal, tinha miastenia congénita por mutação do gene DOK7, uma doença muito rara impossível de diagnosticar nos anos 1970.

Bastou a Rufino tomar Ventilan, um medicamento para a asma, para poucas horas depois se pôr de pé. Agora até já conduz.

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