Com um jumpsuit de lantejoulas e a medalha de ouro que recebeu em julho de 1976 nos Jogos Olímpicos de verão de Montreal pendurada ao pescoço. É desta forma que Caitlyn Jenner aparece na capa da Sports Illustrated de julho deste ano, exatamente quatro décadas depois de a revista lhe ter dado honras de primeira página por ter ficado em primeiro lugar na prova de decatlo naquela competição..Jenner, que se submeteu a uma mudança de sexo no ano passado, fala sobre esta transição e recorda os tempos em que se dedicava ao atletismo. "Por vezes senti que, já que tudo ia mudar, inclusivamente o meu nome, que estava a deitar fora o meu passado. Mas estou muito orgulhosa dessa parte da minha vida. Fez-me quem eu sou hoje", começa por dizer o pai de Kendall e Kylie Jenner, para logo de seguida admitir que, apesar do orgulho, não acredita que tenha feito "a diferença" com a sua dedicação ao desporto..Sobre o seu "eu" anterior, diz que o "amava" e que "ainda hoje" o ama e reconhece que, enquanto Bruce Jenner, "foi um exemplo de trabalho duro". "Sinto-me orgulhosa dessa parte da minha vida. Mas esta mulher esteve dentro de mim durante toda a minha vida e cheguei a um ponto em que tive de a deixar viver. E fui mais feliz nestes últimos 12 meses do que em toda a minha vida", frisa na entrevista à Sports Illustrated..Além desta, a revista publicou na Internet um documentário com pouco mais de 20 minutos em que Jenner recapitula estes últimos 40 anos da sua vida.A empresária, de 66 anos, revelou ainda que a medalha que agora volta a mostrar não está exposta em sua casa, apenas porque não quer exercer qualquer tipo de pressão sobre os filhos. "Não quero que eles sintam que têm de ter uma medalha de ouro para conseguirem ter sucesso", explica. Até agora, e desde 1976, que estava guardada numa caixa. "Nunca a tinha tirado daqui".