4 observadores da OSCE detidos no Leste da Ucrânia
Segundo disseram à agência AFP fontes oficiais em Viena, os quatro observadores foram detidos 40 minutos antes de a OSCE comunicar ter perdido o contacto com a equipa.
Um responsável da diplomacia turca adiantou que foi informado, através de canais não oficiais, de que os observadores "estão sãos e salvos", adiantando que os seus telemóveis foram apreendidos.
"A equipa estava a fazer uma patrulha de rotina a leste de Donetsk quando perdemos o contacto [na segunda-feira à noite)", disse a organização sediada em Viena, num comunicado sobre o incidente, pelo qual a diplomacia ucraniana responsabiliza os rebeldes pró-russos.
"Não conseguimos restabelecer a comunicação até agora", adiantou a organização, acrescentando que está em contacto com o Governo e com as autoridades regionais para tentar localizar a equipa da Missão de Monitorização Especial, formada por elementos oriundos da Dinamarca, Estónia, Suíça e Turquia.
Mais de mil observadores da OSCE e de outros organismos internacionais estiveram na Ucrânia para monitorizar as eleições presidenciais de domingo, ganhas pelo magnata multimilionário Petro Poroshenko.
A Missão de Monitorização Especial tem atualmente 210 elementos civis não-armados, com a função de se reunirem com as autoridades locais e nacionais, bem como com grupos étnicos e religiosos e organizações não-governamentais.
A operação foi aprovada por todos os Estados, incluindo a Rússia, mas sem autorização para se deslocar à Crimeia, região anexada por Moscovo no início de março.
O incidente de hoje com a equipa de quatro observadores não é o primeiro deste tipo.
Há cerca de um mês, outra equipa da OSCE foi capturada por rebeldes pró-Moscovo e detida na conturbada cidade de Slaviansk, igualmente no leste da Ucrânia, durante mais de uma semana.
Desde segunda-feira que a região de Donetsk está imersa em fortes combates, com as forças governamentais ucranianas a lançarem ataques aéreos contra os separatistas pró-russos, que tomaram o aeroporto da cidade.
Segundo o presidente da câmara de Donetsk, 40 pessoas foram mortas nos tiroteios, 38 combatentes e dois civis.
SBR (ANC) // JMR