39 Supertaças e só dois tomba-gigantes. Aves quer ser o terceiro

Só por quatro vezes em 39 edições é que FC Porto, Benfica e Sporting não conquistaram o troféu. Desportivo das Aves vai tentar juntar o seu nome ao do Boavista (três triunfos) e ao do Vitória de Guimarães.
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Em 39 edições da Supertaça Cândido de Oliveira, apenas por quatro vezes houve clubes que não os três grandes a conquistar o troféu. Boavista (1979, 1992 e 1997) e Vitória de Guimarães (1988) foram os únicos que conseguiram furar a tradição e juntar o seu nome ao de FC Porto, Sporting e Benfica na lista dos vencedores. Neste sábado (20.45, RTP 1), em Aveiro, o Desportivo das Aves vai procurar inserir o seu nome nessa lista, que há 30 anos que se mantém apenas com cinco elementos.

Para que uma surpresa ocorra na 40.ª Supertaça, o emblema avense terá de repetir o feito do Boavista na edição inaugural, ou seja, bater o FC Porto campeão nacional. Na altura, em 1979, os axadrezados liderados por Mário Lino e capitaneados por Manuel Barbosa foram às Antas vencer por 2-1, beneficiando de um bis de Júlio Carlos (1 e 62 minutos). Romeu marcou para os portistas, orientados por José Maria Pedroto.

Nove anos depois, já a prova se disputava a duas mãos - e com recurso a finalíssima, se necessário -, chamava-se Supertaça Cândido de Oliveira e constava no palmarés dos três grandes, o então finalista vencido da Taça de Portugal, o Vitória de Guimarães, venceu em casa os dragões de Quinito por 2-0, com golos do brasileiro Décio (40') e do zairense N'Dinga (51'). Na segunda mão, o empate a zero nas Antas possibilitou aos minhotos comandados pelo brasileiro Geninho conquistar o troféu, levantado pelo capitão Nando. Foi o primeiro título oficial da história dos vimaranenses e a quarta e a última vez que uma equipa que disputou a prova por ser finalista vencido da Taça conseguiu conquistar a Supertaça.

O FC Porto voltou a ser surpreendido em 1992, novamente pelo vizinho Boavista, que participava enquanto detentor da Taça. Os azuis e brancos orientados pelo brasileiro Carlos Alberto Silva até estiveram em vantagem na primeira mão, nas Antes, devido a um golo do búlgaro Kostadinov no final da primeira parte (41'). Porém, Manuel José tirou duplo coelho da cartola no segundo tempo, ao lançar aqueles que viriam a ser os autores dos golos da reviravolta: Marlon Brandão (63') e Artur (69'). No jogo do Bessa, os dragões chegaram a estar a vencer por 0-2, com bis de Kostadinov (8' e 54'), mas nos minutos finais permitiram a igualdade, cortesia de Tavares (79') e Marlon Brandão (81'), que possibilitou ao capitão axadrezado, Paulo Sousa, levantar a segunda Supertaça do clube.

A surpresa mais recente remonta a 1997 e foi mais uma vez protagonizada pelo Boavista, novamente participante enquanto vencedor da Taça, às custas do vizinho FC Porto. No primeiro jogo, no Bessa, os boavisteiros de Mário Reis deram um passo de gigante para a conquista do troféu com dois golos de rajada, pelo avançado ganês Kwame Ayew (59') e pelo médio romeno Ion Timofte (62'), que garantiram uma vitória por 2-0. Nas Antas, os azuis e brancos de António Oliveira venceram, mas apenas por 1-0 - golo do lateral esquerdo Fernando Mendes (8') -, um resultado insuficiente para atirar a decisão para o jogo de desempate.

Agora, o Desportivo das Aves não vai apenas querer ficar lembrado como o 16.º participante na Supertaça Cândido Oliveira, mas sobretudo por ser o sexto clube a colocar o troféu no museu. Sporting de Braga (1982, 1998 e 2016), Vitória de Setúbal (2005 e 2006), Belenenses (1989), Estrela da Amadora (1990), Beira-Mar (1999), Leixões (2002), União de Leiria (2003), Paços de Ferreira (2009), Académica (2012) e Rio Ave (2014) também dispuseram da mesma oportunidade, mas não lograram surpreender os grandes.

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