Lembro-me de Lagos ser uma cidade pacata, longe da confusão do resto do Algarve, povoada sobretudo por turistas estrangeiros e hippies que não se importavam com a água gelada. Nesta altura, a Meia Praia era semideserta. Tudo mudou nos últimos anos. A construção da marina levou a cidade para o outro lado do rio. Os acessos foram francamente melhorados.
E os cafés manhosos deram lugar a bares chill out que servem caipirinhas aos veraneantes esparramados nos sofás. Mas, mesmo com a imparável construção de condomínios à sua volta, com o trânsito nas horas de ponta para entrar ou sair dos parques de estacionamento, e com o vento que quase sempre por ali sopra, esta praia tem uma vantagem sobre todas as outras: com os seus extensos quatro quilómetros de comprimento, é sempre possível arranjar um lugar para estender a toalha sem ter de pedir licença ao vizinho.
É a praia ideal para fazer windsurf, para jogar à bola ou para passear e passear e passear, ignorando as conchinhas que nos magoam os pés à beira-mar. E para ter algum silêncio.