25 detidos ao terceiro dia de confrontos em Barcelona
O bairro voltou ao final da noite de quarta-feira a transformar-se num cenário de batalha campal, com dezenas de pessoas, muitas delas com a cabeça tapada, a confrontarem-se com agentes da polícia autonómica apoiados por agentes da Polícia Nacional.
Em causa está uma decisão executada na segunda-feira quando a polícia despejou um imóvel ocupado há 17 anos na Can Vies, que foi posteriormente demolido.
A decisão levou a uma manifestação pacífica ainda na segunda-feira a que se seguiram violentos confrontos com a polícia, que resultaram em dois detidos e na destruição de mobiliário urbano e vários veículos, incluindo uma unidade móvel de uma televisão catalã.
Um novo protesto decorreu na terça-feira, terminando também com confrontos.
Na tarde e noite de quarta-feira voltaram a repetir-se os protestos pacíficos, que se alargaram em solidariedade a vários bairros de Barcelona e a diversas localidades da Catalunha.
As manifestações de solidariedade chegaram a pontos tão distantes como Valência, Palma de Maiorca e também ao bairro El Gamonal (Burgos), que se tornou conhecido recentemente quando manifestações e violentos protestos dos residentes forçaram a autarquia a recuar na construção de um parque de estacionamento.
Os grupos envolvidos nos confrontos de Barcelona montaram barricadas de fogo e voltaram a destruir mobiliário urbano e veículos tendo a polícia realizado diversas cargas.
As cargas começaram cerca das 22:00 de quarta-feira, contra grupos tanto de Sants como de outras zonas de Barcelona, envolvendo agentes da polícia regional e das unidades antimotim.
Um incêndio num contentor, numa das barreiras instaladas pelos manifestantes, levou à primeira carga policial, tendo testemunhas relatado a ocorrência de uma batalha campal, com centenas de pessoas a correr pelas ruas do bairro.
A polícia diz ter sido alvejada com pedras e outros objetos, mas manifestantes criticam o uso de violência pelos agentes, referindo que várias pessoas ficaram feridas devido a cargas policiais nas últimas noites.
Entretanto o Ministério do Interior espanhol anunciou o envio de 200 agentes da Polícia Nacional para atuar na zona, caso seja necessário, tendo as autoridades catalãs afirmado que, para já, o seu dispositivo é suficiente.
O despejo do edifício histórico, que pertence à empresa Transportes Metropolitanos de Barcelona (TMB), envolveu várias unidades policiais, um helicóptero e uma grua, usada para retirar dois dos ocupantes que estavam no telhado do edifício.
A grua, posteriormente usada para demolir o edifício, foi incendiada na primeira noite de confrontos.
ASP // JPS