21 em 50 médicos trataram falsa dor com antibiótico

Há médicos a prescrever antibióticos sem necessidade ou razão clínica. E um teste da Deco Proteste permitiu concluir que quase metade dos médicos testados o fizeram mesmo não havendo sintomas que o justificassem. 21 em 50 médicos testados por doentes com uma falsa dor de garganta, prescreveram antibióticos.
Publicado a
Atualizado a

O teste realizado pela Deco/Proteste visou não só médicos mas também farmácias. Para isso pediu a colaboradores para visitar 120 estabelecimentos escolhidos ao acaso, na Grande Lisboa e no Grande Porto, queixando-se de dor de garganta. No entanto, nenhum deles tinha quaisquer problemas, o que foi avaliado previamente.

Nas 50 consultas que se realizaram, os colaboradores diziam que não apresentavam febre nem outros sintomas, exceto um ligeiro incómodo ao engolir. Em 20 casos,receitaram de imediato um antibiótico. Nos restantes, o falso doente ainda insistia em tomar um destes fármacos, levando mais um clínico a prescrever antibióticos daqueles fármacos, para uso em caso de febre e pontos brancos na garganta.

Nas farmácias, o panorama foi completamente diferente: só uma em 70 vendeu um antiobiótico sem receita. Nos restantes casos os farmacêuticos recomendaram o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Cerca de metade dos profissionais alertaram ainda para a necessidade de consultar o médico, se o estado de saúde se agravasse.

Recorde-se que em Portugal há um uso excessivo de antibióticos, o que tem levado as autoridades de saúde a tomar medidas de contenção e a emitir normas de prescrição para controlar estes excessos. O tratamento abusivo com antibióticos tem levado à criação de resistências das bactérias, numa altura em que escasseiam alternativas para o tratamento.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt