2021: esperança renovada com a vacina – e o seu DN

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O Diário de Notícias nasceu numa fase histórica desafiante, de reinvenção do país, após várias décadas de grandes convulsões, desde as invasões napoleónicas, a revolução liberal, a guerra civil de liberais e miguelistas, à pobreza do país e à necessidade reformista, entre bancarrotas, revoltas populares (como a da Maria da Fonte) e a prosperidade do fontismo, que se inicia quatro anos depois da data da fundação do Diário de Notícias. 1864 é o ano em que tudo começa, numa data improvável, entre o Natal e o Ano Novo: 29 de dezembro.

Os portugueses conheceram, através destas páginas, a exaltação popular contra o Ultimato britânico que culminou com o regicídio de 1908, o fim do sistema monárquico e a implantação da República em 1910. Sofreram com os relatos da frente de batalha na Primeira Guerra Mundial, com a gripe pneumónica (pandemia de 1918-19), com o empobrecimento do país ao longo da Primeira República (que acaba no golpe de 28 de maio de 1926) e com a censura salazarista que não foi indiferente a nenhum jornal ou outro órgão de comunicação social durante a Segunda República. Choraram os mortos da Guerra Colonial e vibraram com a liberdade conquistada no 25 de Abril de 1974.

As mudanças no país e no mundo encheram de caracteres e de fotografias as páginas do Diário de Notícias que sempre soube acompanhar, e por vezes até antecipar, os sinais dos tempos. Desde a instabilidade política dos primeiros anos de democracia e da Terceira República, a adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE) até à chegada dos primeiros fundos comunitários num país que estava, de novo, na bancarrota. Aqui os leitores acompanharam a queda do Muro de Berlim, o Tratado de Maastricht que cria a União Europeia (1992), as guerras do golfo Pérsico, o ataque às torres gémeas em Nova Iorque. Em 2020, é manchete sucessiva a pandemia de covid-19 e a vacina descoberta e produzida em tempo recorde, que chega a Portugal e à Europa em plena viragem para a terceira década do século XXI, pleno de transformação.

Também em 2020, na mesma data improvável de 29 de dezembro, entre as festas natalícias amarradas por uma máscara e um contexto difícil de pandemia - com uma crise económica e social que avança no país e no mundo -, o Diário de Notícias renasce. Sólido nos valores e na missão de informar com verdade, seguro pelos seus alicerces com 156 anos e com a ousadia de regressar à edição diária em papel, quando a tendência geral passa por edições online (onde o site dn.pt tem batido sucessivos recordes de audiências), o Diário de Notícias surge hoje com um número especial, a partir do qual se inicia uma nova etapa que recupera a presença diária nas bancas, sem descurar o digital.

É o mais antigo diário de âmbito nacional e o primeiro jornal moderno em Portugal (mais barato do que os outros todos em 1864, centrado nas notícias e financiado pelos pequenos anúncios), num modelo inspirado na realidade da França de Victor Hugo que o fundador, Eduardo Coelho, conhecia bem e adaptou a Portugal.

Hoje, respeitando o legado e projetando o futuro, o DN publica 88 páginas dedicadas à antevisão de 2021, na política nacional e europeia - com a grande entrevista à comissária Elisa Ferreira -, na economia, no desporto e na cultura. Obrigada aos leitores, anunciantes e parceiros pela confiança e por festejarem connosco o 156.º aniversário!

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