1966: Quando a Serra de Sintra ardeu toda

O maior incêndio em Sintra rodeou os monumentos e pôs a vila em estado de sítio. Morreram 25 militares.
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"Sintra: uma vila ocupada" era assim que o Diário de Notícias se referia ao grande incêndio que deflagrou em setembro de 1966 e durou seis dias.

O grande fogo da Serra de Sintra deu-se há precisamente 52 anos, a 6 de de setembro de 1966 e destruiu grande parte da serra, tendo sido o mais mortífero de sempre até Pedrógão: morreram 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF) que estavam a combatê-lo.

Neste incêndio de grandes dimensões foram mobilizadas vários militares e todas as corporações de bombeiros de Lisboa - estiveram no terreno mais de quatro mil homens. Mas nessa altura não havia meios aéreos para resolver, nem carros com tração às quatro rodas, nem depósitos de grande capacidade ou bombas de grande débito. De facto, só a chuva apagou o fogo.

As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, e depois alastraram à Quinta de Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos - e também dessa vez foi o vento forte o responsável pelo alastrar das chamas. O incêndio atingiu as zonas perto dos monumentos históricos, Palácio de Seteais, Monserrate e o Parque da Pena.

Nessa altura as projeções do fogo causaram mais focos de incêndio em Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs.

O fogo via-se de Lisboa, num grande clarão. E grande parte da serra perdeu a sua beleza.

O acidente com os militares deu-se na noite de 7 de setembro, no Alto do Monge. Os militares ficaram cercados pelas chamas, e ainda houve quem os tivesse ouvido gritar por água - acabaram por morrer todos carbonizados e só foram descobertos os corpos no dia seguinte. Foram homenageados numa placa que se encontra no local.

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