17 dos 18 agentes da PSP acusados vão a julgamento

Tribunal de Instrução Criminal decidiu julgar 17 agentes acusados de agressões a agentes na esquadra da Cova da Moura
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Dos 18 agentes da PSP acusados de agressão a jovens da Cova da Moura, Amadora, no interior da esquadra de Alfragide 17 vão ser julgados, decidiu hoje o Tribunal de Instrução Criminal.

Dezoito agentes da PSP foram formalmente acusados pelo Ministério Público (MP) de denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, num caso que remonta a 2015 e envolveu agressões a jovens da Cova da Moura (Amadora). O Diário de Notícias divulgou este caso em julho, dando conta de que uma Investigação sem precedentes concluiu que seis jovens negros foram vítimas de racismo e que os polícias mentiram e que, por isso, iriam ser acusados.

Dezoito agentes da PSP, entre os quais um chefe, estavam acusados dos crimes de tortura, sequestro, injúria e ofensa à integridade física qualificada, agravados pelo ódio e discriminação racial contra seis jovens da Cova da Moura. O Ministério Público (MP) acusa também alguns dos polícias por crimes de falsificação de relatórios, de autos de notícia e de testemunho.

Havia ainda uma agente e uma subcomissária acusadas também pelos crimes de omissão de auxílio e denúncia. No entanto, esta última não vai ser julgada por ter alegado que não estava na esquadra aquando dos factos.

Na esquadra todos participaram nos crimes, segundo o MP, que mandou arquivar todos os processos dos polícias contra os jovens.

Numa primeira fase os jovens chegaram a ser constituídos arguidos, sob a acusação da PSP - corroborada pelo Ministério Público (MP) e pelo juiz de instrução - de terem tentado invadir a esquadra para libertar outro jovem que tinha sido detido. Ficaram sujeitos a termo de identidade e residência (TIR) indiciados pelos crimes de resistência e coação contra funcionário, injúria, dano, tirada de presos e ofensa à integridade física. Mas a PJ demonstrou que tal narrativa não era verosímil, face a todos os testemunhos e provas recolhidas, bem como em parte da investigação anteriormente feita pela IGAI, no âmbito dos processos disciplinares. Foi a versão dos jovens que vingou na investigação, baseada em dezenas de testemunhos (trinta para ser exato), relatórios médicos e cruzamento de informações recolhidas.

(Em atualização)

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