10 anos de "O Diabo Veste Prada". Streep conta segredos

Meryl Streep, que deu vida à diretora de uma revista de moda, revela como renegociou a remuneração e como se inspirou para a personagem.
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No momento em que leu o guião de O Diabo Veste Prada, Meryl Streep soube, de imediato, que o filme iria ser "gigante". Não se enganou. Conquistou um Globo de Ouro para Melhor Atriz, uma nomeação nos Óscares, na mesma categoria, e viu reforçada a sua reputação de melhor atriz do mundo - os prémios que já venceu ao longo da carreira provam isso mesmo. Mas o filme, que este mês celebra 10 anos desde o seu lançamento, teve uma outra particularidade: Streep, que vestiu a pele de Miranda Priestly, a temível diretora de uma revista de moda, atreveu-se, pela primeira vez, a negociar uma maior remuneração.

"A oferta era, a meu ver, fraca, se não insultuosa. Não refletia o meu valor para o projeto", contou a atriz de 67 anos à Variety. "Houve um "momento do adeus" e depois duplicaram a oferta. Eu tinha 55 anos e tinha acabado de aprender como agir por mim mesma", acrescentou.

Sabemos agora que O Diabo Veste Prada não seria a mesma coisa sem Meryl. Até porque foi ela quem teve a ideia de incluir duas das cenas mais memoráveis. A primeira é aquela em que a sua Miranda Priestly dá um sermão a Andy - personagem de Anne Hathaway - pela sua escolha de visual: uma "camisola azul rugosa, resgatada de um qualquer caixote do lixo". A segunda? "Eu queria uma cena em que ela está desarmada, a cena em que ela está sem maquilhagem no quarto de hotel, para podermos ver a sua cara sem a armadura, a mulher dentro da empresária", explicou.

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Embora muitos acreditem que essa complexa personagem foi baseada na diretora da revista Vogue, Anna Wintour, a atriz oscarizada revela agora que as suas grandes inspirações foram, na verdade, homens. "A voz fui buscar ao Clint Eastwood. Ele nunca, nunca, nunca levanta a voz, toda a gente tem que se aproximar dele para o ouvir, mas ele é automaticamente a pessoa mais poderosa da sala", destaca. A sua estratégia parece ter funcionado. "Quando a Meryl abriu a boca e basicamente sussurrou, toda a gente susteve coletivamente a respiração. Foi tão inesperado e brilhante", recorda Anne Hathaway à Variety. Já o áspero sentido de humor foi "roubado a Mike Nichols", cineasta com quem trabalhou em vários filmes.

E no que toca à aparência, aí sim, inspirou-se em duas mulheres: Carmen Dell"Orefice, que aos 85 anos é conhecida como a manequim em atividade mais velha do mundo, e Christine Lagarde, atual diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Diabo Veste Prada chegou às salas de cinema no dia 30 de junho de 2006. Baseado no best-seller de Lauren Weisberger com o mesmo nome, o filme exigiu um investimento de 41 milhões de dólares (36 milhões de euros) e arrecadou uns impressionantes 326 milhões de dólares (cerca de 287 milhões de euros) em todo o mundo.

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