Gelo antártico próximo de registos recorde

O aquecimento global está a provocar o declínio do gelo marinho e a subida do nível do mar, levantando avisos de que se poderão atingir pontos de viragem perigosos.
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A Terra teve o segundo mês de março mais quente registado, com o gelo marinho antártico a encolher na sua segunda menor extensão nesse mês, disse esta quinta-feira a agência de monitorização climática da UE.

"O mês de março foi, conjuntamente, o segundo mais quente a nível mundial", igualando com 2017, 2019 e 2020, disse o Serviço de Alterações Climáticas de Copérnico. O mês de março mais quente de que há registo foi em 2016.

O relatório baseia-se em análises geradas por computador recorrendo a milhares de milhões de medições de satélites, navios, aviões e estações meteorológicas de todo o mundo. Segundo o relato, as temperaturas estavam acima da média no Sul e Centro da Europa e abaixo da média na maior parte do Norte do continente europeu.

As temperaturas foram muito mais quentes do que a média em grande parte do Norte de África, sudoeste da Rússia, Ásia, nordeste da América do Norte, América do Sul, incluindo a Argentina, Austrália e Antártida costeira. Por outro lado, foi muito mais frio do que a média na América do Norte ocidental e central, disse a agência.

O aquecimento global está a provocar o declínio do gelo marinho e a subida do nível do mar, levantando avisos de que se poderão atingir pontos de viragem perigosos.

O satélite Copérnico reportou que a extensão de gelo do mar Antártico foi a segunda mais baixa para março no registo de dados de satélite dos últimos 45 anos, com 28% abaixo da média.

Atingiu, em média, 3,2 milhões de quilómetros quadrados, 1,2 milhões de quilómetros quadrados abaixo da média de 1991-2020 para o mês. Em fevereiro, pelo segundo ao consecutivo, atingiu a menor área recorde, continuando um declínio de uma década.

Entretanto, no norte, a extensão de gelo do mar Árctico estava 4% abaixo da média, sendo a quarta mais baixa de sempre em março, embora as concentrações estivessem acima da média no Mar da Gronelândia.

À medida que as temperaturas aumentam globalmente, devido às alterações climáticas causadas pelo Homem, os dados do satélite Copérnico mostram que os últimos oito anos foram os mais quentes de que há registo.

Um relatório da ONU advertiu, em março, que as temperaturas recorde estarão entre as mais frias dentro de três ou quatro décadas, mesmo que as emissões de aquecimento do planeta baixem rapidamente.

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