Forças governamentais reivindicam controlo da sede do governo em Fallujah

Este foi o mais recente recuo dos "jihadistas", que nas últimas semanas também têm perdido território na Síria e na Líbia
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As forças iraquianas assumiram hoje o controlo da sede do governo em Fallujah, etapa importante na ofensiva para recuperar esta cidade a 50 quilómetros de Bagdad e a primeira a ser conquistada pelos 'jihadistas' em janeiro de 2014.

Após mais de três semanas de ofensiva do exército governamental, milícias aliadas e forças estrangeiras, que segundo os comandantes locais se depararam com uma resistência limitada, Bagdad pode reclamar a queda de um dos mais emblemáticos bastiões do "califado" proclamado há dois anos pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

Este foi o último recuo dos 'jihadistas', que nas últimas semanas também têm perdido território na vizinha Síria e na Líbia, apesar de o diretor da CIA, a central de informações norte-americana, John Brennan, ter avisado na quinta-feira que permanecem uma força importante e com alcance global.

"O serviço de contra-terrrorismo e as forças de reação rápida retomaram o controlo do complexo governamental no centro de Fallujah", referiu em declarações às agências o comandante da operação, general Abdulwahab al-Saadi.

O chefe da polícia federal iraquiana, Raed Shaker Jawdat, confirmou o avanço.

"A libertação do edifício governamental, o principal marco da cidade, simboliza a restauração da autoridade do Estado" em Fallujah, disse.

Saadi referiu que a bandeira iraquiana foi hasteada sobre os edifícios governamentais e garantiu que "as forças iraquianas libertaram até agora 70% da cidade", enquanto as forças de elite iam consolidando posições em redor da designada "Cidade das mesquitas".

Os relatos referem dezenas de corpos de combatentes do EI junto às ruínas das casas destruídas pelos ataques aéreos, morteiros ou por explosões controladas das centenas de bombas que os 'jihadistas' deixaram pela cidade.

O governo de Bagdad perdeu o controlo de Fallujah em 2014, meses antes de o EI assumir o controlo de Mossul (norte do Iraque) e ainda de importantes faixas territoriais do país.

Situada a apenas 50 quilómetros a oeste da capital, constituía um dos bastiões históricos do EI e a sua queda fará que Mossul permaneça a única importante cidade iraquiana sob controlo 'jihadista'.

A coligação militar liderada pelos Estados Unidos, que tem efetuado ataques aéreos em apoio à operação contra Fallujah, tinha de início sugerido que se concentrassem os esforços na recaptura de Mossul.

O primeiro-ministro Haider al-Abadi, submetido a forte pressão política em torno da reforma do seu governo quando anunciou a ofensiva em direção a Fallujah, prometeu agora derrotar o EI em todo o país até ao final deste ano.

Segundo os responsáveis militares, a maioria dos combatentes 'jihadistas' decidiu retirar-se em direção a oeste, enquanto milhares de civis foram forçados a abandonar as suas casas desde o início da operação, desencadeada em maio.

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