Fátima só vai receber seis mil pessoas a 13 de outubro
De acordo com as normas estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o santuário vai restringir o acesso dos peregrinos, limitando a seis mil o número de participantes nas celebrações da peregrinação. "Para que haja uma uniforme disposição da assembleia no recinto, são criadas, com marcações no solo, áreas circulares de ocupação, devidamente distanciadas. Em cada círculo poderá estar apenas um número limitado de pessoas coabitantes. De acordo com os planos efetuados, estimamos uma presença de cerca de seis mil pessoas no recinto, numa área útil de 48 mil metro quadrados, o que equivale a uma média de oito metros quadrados por pessoa", anunciou Carmo Rodeia, responsável pelo gabinete de comunicação do Santuário de Fátima, num comunicado enviado às redações, pouco depois da conferência de imprensa da DGS, nesta tarde.
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O acesso ao Recinto de Oração será feito por oito entradas, " com diversos meios de controlo". Já as deslocações no recinto só podem ser feitas nos corredores assinalados. "Todos os movimentos são constantemente monitorizados através dos meios de videovigilância, de modo a permitir em tempo real decisões que sejam necessárias para controlo de situações de potencial risco", adianta o comunicado.
Segundo as normas adicionais do plano de contingência - que até agora o santuário não tornara público -, os peregrinos que queiram participar nas celebrações da noite do dia 12 e da manhã do dia 13 só poderão entrar no recinto nas entradas devidamente assinaladas, "e daí serão conduzidos por acolhedores para as áreas de ocupação de acordo com os critérios estabelecidos e aí deverão permanecer até saírem do Recinto de Oração. Serão estes acolhedores que monitorizarão os espaços de forma a garantir que as vias de circulação fiquem desimpedidas para uma fácil deslocação dos peregrinos".
Já o fluxo de peregrinos no exterior do Recinto de Oração será gerido pelas forças de segurança, nomeadamente a GNR, que, a montante, "garantirá o controlo de aproximação às zonas limítrofes do santuário".
O comunicado esclarece que "estas orientações complementam o Plano de Contingência do Santuário elaborado com base nas normas de controlo de infeção definidas pela Direção-Geral da Saúde, com a qual o santuário tem mantido uma relação estreita, nas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para a celebração do culto público católico no contexto da pandemia e no Plano de Contingência para Infeções Respiratórias por Coronavírus do Santuário de Fátima".
Recorde-se que a questão da segurança sanitária foi levantada na última peregrinação, a 13 de setembro, quando o santuário se viu obrigado a impedir que os peregrinos continuassem a entrar, perante a enchente inusitadamente registada, numa peregrinação que habitualmente não era das mais concorridas. Já a de outubro é precisamente aquela que tradicionalmente concentra mais peregrinos depois das celebrações de maio. Fátima celebra assim a sexta e última aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria. E por isso o santuário pede "a sua intercessão para que em breve os peregrinos, portugueses e estrangeiros possam regressar a Fátima em segurança e sem constrangimentos para celebrarmos juntos a nossa fé.
Em maio - quando a celebração de 12 e 13 se fez sem peregrinos, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, estimava que em agosto e outubro o santuário assistisse ao regresso das grandes peregrinações. Mas o agravamento da pandemia com o aumento do número de casos obrigou a reitoria a este plano de contingência. Até agora, e desde junho (quando voltou a ser possível a presença de peregrinos nas celebrações), era apenas recomendado o uso de máscara e distanciamento físico. Mas nem sempre se observavam esses cuidados, como mostraram as imagens de agosto e setembro.