Congresso avança para impeachment de Trump se ele não for afastado
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, anunciou esta quinta-feira que o Congresso abrirá um processo de impeachment caso o vice-Presidente Mike Pence recuse recorrer à 25.ª Emenda para remoção do Presidente cessante, Donald Trump, do cargo.
Pelosi juntou-se esta quinta-feira aos que pedem à Administração para invocar a 25.ª Emenda da Constituição norte-americana para forçar Trump a sair da Presidência, um dia depois de apoiantes deste terem invadido o Capitólio.
"O Presidente dos Estados Unidos incitou uma insurreição armada contra o país. Ainda lhe restam 13 dias, mas cada dia a mais pode-se tornar um filme de horror para os Estados Unidos", afirmou Pelosi no Capitólio.
A líder democrata da Câmara de Representantes disse ainda que exige a renúncia do chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, e que o Sergeant-at-Arms desta câmara, Paul Irving, outro importante dirigente desta força policial, já tinha apresentado a sua demissão.
O próximo líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, já anunciou disse que vai despedir o Sargeant-at-Arms do Senado, Michael Stenger.
A 25.ª Emenda permite que o vice-Presidente e uma maioria da Administração declarem o presidente inapto para o cargo. Neste caso, o vice-Presidente torna-se então presidente em exercício.
A secção da emenda que aborda especificamente este procedimento nunca foi invocada.
A Secção 4 da 25.ª Emenda estabelece o que acontece se o Presidente se tornar incapaz de desempenhar as suas funções mas não transfere os poderes para o vice-Presidente.
O Presidente pode contestar, mas se o vice-Presidente e a maioria do Gabinete discordarem, podem enviar outra carta, no prazo de quatro dias, ao Congresso, que então terá de votar a decisão.
Apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as forças policiais e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de 03 de novembro.
Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.
Já esta quinta-feira o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.
Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.
A rede social Facebook suspendeu temporariamente, tal como já tinha feito o Twitter, a conta de Donald Trump, na sequência da violência no Capitólio.