'Teresinha' foi à feira de Mini-cooper descapotável
A chegada de Teresa Caeiro não podia ter sido mais notada. De boleia no Mini-cooper descapotável de um dos elementos da comitiva ("o meu carro é um 'Golf' com mais de 15 anos", apressou-se a informar), calças brancas, blusa de seda preta, óculos clássicos Ray Ban e os seus cabelos louros brilhantes. Ao lado Paulo Freitas do Amaral, o candidato do CDS à câmara de Oeiras e um grupo com cerca de duas dezenas de apoiantes.
A versão feminina do tradicional "Paulinho das feiras" (do tempo em que o presidente do CDS fazia campanhas na rua, o que não aconteceu ainda nestas eleições autárquicas) chegou e deixou, pelo menos, um sorriso, em cada banca por onde passava. A "Teresinha das feiras" é envolvente. Pára, conversa, pega no rosto da pessoas e dá beijos sentidos e abraços apertados. A meio da visita ouviu-se a voz aguda de Flora Varela, uma das feirantes: "ninguém me compra carteiras, não há dinheiro, quem me compra qualquer coisa?" perguntava. Teresa Caeiro aproximou-se "De que se queixa esta querida senhora?", questionou. Flora respondeu "Queixo-me da falta de emprego, de falta de dinheiro, de filhos a mais e de abonos a menos". A deputada acenou com a cabeça, "compreendo a senhora". E abraçaram-se. "Tão simpática", sorria Flora.
Mas a banca que mereceu o maior tempo de Teresa Caeiro foi a de Inês, uma jovem, com trissomia 21. Ali a 'estrela' Teresinha demorou-se. Falou com a mãe de Inês, Manuela, que se queixou da falta de projetos para a sua filha e a falta de apoios para os jovens com necessidades especiais. Inês manifestou o seu descontentamento com os políticos e disse que ia votar em branco. Teresa disse-lhe que compreendia, "mas não podia deixar de dizer que era "muito injusto, porque nem todos o políticos são iguais. Era a mesma coisa que agora dizer que todos os feirantes são aldrabões", explicou. Inês aquiesceu e baixou os olhos. Numa banca ao lado Teresa não resistiu a comprar mas rifas. "Sou viciada em rifas", admitiu e questionada pelo DN sobre que políticos gostaria de "rifar" nesta campanha, respondeu: "todos os que andam a denegrir a política e a democracia a tentar comprar votos com porcos, dinheiro ou promessas inacreditáveis que nunca vão cumprir". Não quis "fulanizar", mas Paulo Feitas do Amaral não pode deixar de recordar que a "campanha do PSD anda a dar porco assado nos bairros sociais".
Já de saída da feira, a caminho do mini-cooper ouve-se uma voz a chamar Teresa. É Inês, que vem ofegante. Oferece-lhe um quadrado de bolo de chocolate, embrulhado em celofane, com um laço azul. "Fui eu que fiz. É isto que eu faço", declarou, emocionando Teresa. Há tempo que nunca é perdido. Nem em campanha eleitoral.