'Quando um socialista é atacado, é todo PS que é atacado'

Numa intervenção não prevista, Silva Pereira pediu ao partido que se una em defesa do antigo primeiro-ministro. O ex-ministro da Presidência ouviu muitos elogios ao seu tempo de governante.
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Silva Pereira chegou atrasado a um comício do PS que já tinha começado atrasado, este domingo à noite, mas acabou por ser a estrela do encontro, no auditório da Casa do Tempo, em Cabeceiras de Basto, recebendo elogios ao tempo em que foi um "excelente ministro".

Chamado a discursar, fora do roteiro, o antigo braço direito de José Sócrates e agora candidato na lista socialista, apontou o dedo às críticas mais recentes vindas da maioria ao ex-primeiro-ministro. Paulo Portas, no sábado, chamou-o de "pai do resgate", pedindo aos socialistas que se unam em torno de Sócrates.

"O PS é um projeto coletivo. E é por isso que quando um socialista, um grupo de socialistas, uma estrutura do PS está em luta, é todo o PS que está em luta com ela. E quando um socialista é atacado, quando um socialista é acusado do que quer que seja injustamente, é todo o PS que é atacado e acusado", atirou Silva Pereira, sem nunca mencionar diretamente Sócrates.

Prometendo fazer o "discurso mais curto da campanha", o também deputado acusou depois "este Governo da direita" de ser o "Governo que enganou os portugueses, que lhes prometeu estratégia de combate às gorduras do Estado, que não envolveria mais impostos, e afinal de contas o que fez foi cortar nos salários, cortar nas pensões, aumentar todos e cada um dos impostos, e promete não ficar por aqui".

Por sua vez, Isabel Coutinho, a líder das Mulheres Socialistas, defendeu que "não é indiferente" o resultado do dia 25. "Aí se começa a travar logo, se calhar mais cedo, [a vitória do PS nas] legislativas", antecipou. "Não porque o PS quer o poder pelo poder, mas porque os portugueses precisam de um novo governo", sentenciou.

E de Francisco Assis disse ser "como a Amália Rodrigues, abre a boca e aquilo sai! Sai porque é sentido, vem de dentro", justificou Isabel Coutinho.

Francisco Assis tomou a palavra para apelar aos partidos da esquerda, "dizer ao PCP e ao Bloco de Esquerda", para que "não se enganem no adversário", insistindo que "não há diferenças" entre socialistas e a "direita extremista". E falando dos portugueses que sofreram os sacrifícios da política do Governo, apontou que esses "sabem bem na carne as diferenças" entre PS e a direita.

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