'Gatos' assinam com a SIC ao 100.º dia de Nuno Santos
"É simpático voltar à SIC", confessou Ricardo Araújo Pereira sempre em tom de brincadeira, ontem, na assinatura, pública, do contrato que o unirá, assim como aos seus três parceiros - Zé Diogo Quintela, Miguel Góis e Tiago Dores - à estação de Carnaxide, até final de 2009.
"É o regresso à casa que bem conhecem", diz José Bastos e Silva, CEO, da SIC na assinatura do contrato que implica a produção de 26 episódios, para emissão em horário nobre, e que assenta na actualidade, a partir de Setembro. Isto é o que se sabe, tudo o resto ainda está a ser definido e criado, segundo os Gato Fedorento.
Certo é pois o facto de estarem já a trabalhar na SIC. "Basicamente, iríamos para onde Nuno Santos [director de programas da SIC] fosse. Se fosse para o canal Parlamento também íamos para o canal Parlamento", ironizou, para logo advertir: "não que eles [políticos] precisem lá de nós, porque cheios de humorismo estão eles cheios", rematou Ricardo Araújo Pereira.
Reforçando também o quão agradável e "natural" é o regresso à SIC, Zé Diogo Quintela revelou, no entanto, uma dificuldade: "convencer os Bombeiros de Carnaxide a dar-nos autorização depois de, há algum tempo, num sábado à tarde, enquanto filmávamos nas instalações da SIC, termos exagerado, nos efeitos especiais, com a máquina do fumo". Mas Ricardo Araújo Pereira lembra-se de outro factor essencial para o regresso do grupo: "saber que íamos trabalhar com a Sra.dona Elizabete da porta, aquela que um dia ao ver o Zé Diogo [Quintela] o chamou de 'palhaço de mer...'". Foi o riso geral.
Mais a sério, Nuno Santos, recordou que os Gato Fedorento na SIC foi das primeiras medidas anunciadas por si, coincidindo também com o seu regresso à estação. "Tivemos dois anos em conjunto [na RTP] de boas memórias e vamos continuar a fazer um bom trabalho também na SIC", disse Nuno Santos, revelando ser sua intenção fazê-lo numa "lógica de multiplataforma". O conceito que mereceu do quarteto de humoristas os mais rasgados elogios, mas sobretudo de Ricardo Araújo Pereira que definiu a sua importância na "medida em que depende de certos e determinados factores, que advém de outras tantas circunstâncias..." Palavras conhecidas dos presentes e que provocaram mais gargalhadas.
"Já trabalhámos o suficiente para que, em termos de cenografia, saibamos o que queremos", afirmou Nuno Santos, advertindo que "debaixo deste ar descontraído, [os Gato Fedorento ] têm o seu timing" no arranque para a produção de 26 programas, metade dos que fizeram na RTP, confirmam os próprios.
Relativamente ao exibição da série Lopes da Silva, que a mesma estação está a fazer, o humorista diz tratar-se de "um direito que lhe assiste", ao mesmo tempo que atira "as culpas" para Nuno Santos.
"Entre chegarmos a acordo e assinarmos o contrato passaram três meses, o que permitiu aprofundar esse mesmo acordo ao detalhe", explicou o director de programas da SIC, revelando que este desfecho aconteceu "depois de um encontro, à noite, num hotel de Lisboa".
E porque valores? "Prontamente, Ricardo Araújo Pereira responde: "dos 2,5 euros a vários milhões de euros", brinca.