'Disciplina orçamental traz mais vantagens', diz Maria Luís

Discursando ao mesmo tempo que foi conhecida a nova avaliação da troika, a ministra das Finanças defendeu a necessidade de "consolidar o esforço da consolidação orçamental"
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Maria Luís Albuquerque defendeu esta quarta-feira de manhã a necessidade de "consolidar o esforço da consolidação orçamental" e "alcançar e manter o equilíbrio orçamental" porque esta "disciplina orçamental trará mais vantagens" aos portugueses.

Falando na Lisbon Summit, uma conferência organizada pela revista The Economist, ao mesmo tempo que foi conhecida a nova avaliação da troika, a ministra das Finanças não se referiu explicitamente na sua intervenção ao aviso sério deixado pelo FMI nessa avaliação de que "é evidente que será necessário uma consolidação orçamental ainda maior".

Mas Maria Luís Albuquerque apontou a consolidação como o caminho que está a ser feito e que é para seguir. "A disciplina orçamental é um dos pilares orçamentais para o crescimento da economia", afirmou perante uma sala com muitas cadeiras vazias (por contraste com o primeiro dia da conferência, por onde passaram o primeiro-ministro, Passos Coelho, e o líder do PS, António José Seguro).

Apesar de ser esta a "chave" do seu discurso, a ministra abriu também ela a porta à diminuição de impostos. "A carga fiscal pode ser mais baixa e os recursos ficam disponíveis para a economia", disse.

Antes, Maria Luís desenhou o que chamou de "década perdida", referindo-se ao período que antecedeu o pedido de assistência financeira, em 2011, para o caracterizar como uma época de "indisciplina orçamental".

E apesar do "enorme aumento de impostos" (palavras do seu antecessor nas Finanças, Vítor Gaspar) promovido por este Governo, a ministra sublinhou que as consequências dessa indisciplina são o "aumento de impostos", que acaba por ser "mais eficaz no curto prazo mas cria distorções" na economia e o "aumento da incerteza". "Se a indisciplina permanece, o aumento dos impostos repete-se", afirmou, mas sem qualquer 'mea culpa'.

Por oposição, afirmou, o Governo traçou "um novo rumo", apropriando-se assim da expressão que o PS tem usado para os seus "estados gerais" de preparação de um programa de governo socialista.

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