Inspiração de Paulinho deixa Sporting ainda mais perto do título
Uma vitória ou dois empates ou... um deslize do Benfica [joga domingo com o Famalicão]. É o que falta ao Sporting para se sagrar campeão nacional, numa tarde em que Paulinho fez a diferença frente um Portimonense que fez tudo para defender a sua baliza mas saiu de Alvalade vergado a uma derrota por 3-0. No confronto entre o melhor ataque e a pior defesa da Liga, só o guardião japonês dos algarvios evitou uma derrota bem mais pesada, numa partida em que os verde e brancos não foram brilhantes mas selaram um triunfo mais que justo, chegando aos 84 pontos e dando mais um passo rumo ao título. E caso o Benfica escorregue, o Sporting irá ao Marquês logo no domingo fazer a festa do 20.º título com os adeptos.
Para esta partida, Rúben Amorim inclinou a equipa à esquerda: Esgaio foi titular como ala mais recatado nas movimentações ofensivas, soltando assim Nuno Santos no flanco oposto. Pote recuou para o meio-campo à frente de Hjulmand e Paulinho acompanhou Gyökeres na frente, perante um adversário que previsivelmente jogaria com um bloco muito baixo à frente do guarda-redes. Por seu turno, Paulo Sérgio fez duas alterações em relação à jornada anterior, com Seck e Hildeberto a entrarem nos lugares de Filipe Relvas e Tamble Montero, não se confirmando a ideia de que iria poupar todos os jogadores em risco para jornadas mais acessíveis.
Numa tarde cinzenta e chuvosa em Lisboa, Alvalade encheu para um jogo que podia deixar o Sporting ainda mais perto do desejado título e onde o ex-capitão Manuel Fernandes voltou a ser homenageado: primeiro antes do pontapé de saída e depois ao minuto 9, número que sempre utilizou enquanto vestiu a camisola verde e branca. E assim que a bola começou a rolar, confirmou-se o que se esperava: um jogo de sentido único, no caso a baliza dos algarvios.
Depois de uma primeira ameaça de Gyökeres (que estava em posição irregular), a verdade é que o Sporting não demorou muito a chegar à vantagem: ao minuto 13, Gonçalo Inácio lançou Nuno Santos na esquerda e este cruzou rasteiro para a finalização de Paulinho, a 13ª na Liga, com a bola a sofrer um pequeno desvio num defesa antes de beijar as redes.
Gyökeres fecha em beleza
A ganhar, a equipa da casa não parou e continuou a criar hipóteses para aumentar a vantagem. Paulo Sérgio, que na sua passagem pelo clube leonino pediu a contratação de um “pinheiro”, montou um pinhal à frente da sua baliza mas só chegou vivo ao descanso graças a um bonsai gigante. Nakamura, que evitou golos certos a remates de Pote (21', após grande passe de Trincão), Paulinho e Inácio (ambos aos 45 minutos). E quando não esteve lá, valeu um corte de Seck (25') ou o poste a desviar uma “ombrada” de Paulinho (35').
Com 15 remates, cinco deles enquadrados, e mais de um dezena de cantos a favor, a vantagem mínima no descanso não refletia o que se passava no relvado, com o Portimonense a conseguir apenas uma aproximação perigosa à baliza de Israel e sem um único remate para amostra.
Na segunda parte, as coordenadas não mudaram mas os leões surgiram menos intensos e capazes de criar desequilíbrios, embora mantendo o domínio intenso perante um adversário mais interessado em não sofrer mais golos do que em procurar um empate que lhe desse mais oxigénio na luta pela fuga à despromoção. Mesmo alterando um bocado a sua estrutura a partir da hora de jogo, o Portimonense continuou fechado e a confiar no seu guarda-redes, que negou novo golo a Paulinho (60').
Mas, como acontece quase sempre, há uma hora em que o cântaro fica mesmo na fonte e esse lance aconteceu aos 70 minutos, já depois de Amorim ter trocado Esgaio e Pote por Geny e Daniel Bragança. Em tarde inspirada, Paulinho “vestiu-se” de Gyökeres, arrancou pela esquerda e centrou para a entrada da área, onde Trincão realizou o segundo remate certeiro da partida. Alvalade suspirou de alívio e acabou a celebrar mais um tento do goleador sueco (o 27º), já na compensação, uma oferta de Daniel Bragança que foi só desviar para a baliza.
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