De entre todas as bases eleitorais, a do Chega é uma das que menor taxa de confiança tem nas forças de segurança. Segundo os dados do barómetro da Aximage para o DN (que analisa, entre outros fatores, a relação entre o voto nas legislativas e a confiança nas forças de segurança), 37% dos eleitores do Chega têm um grau de confiança pequeno ou muito pequeno na PSP e na GNR, sendo que 85% destes eleitores do partido de André Ventura consideram que os meios policiais são insuficientes. Para aferir o grau de confiança, a Aximage utilizou quatro níveis (muito grande, grande, pequeno e muito pequeno). Somando os resultados dos últimos dois, verifica-se que a desconfiança de uma base eleitoral nas forças de segurança só é maior nos votantes do BE (45%), do Livre (43%) e do PAN (50%)..Nos outros partidos, estes valores são mais pequenos. No caso da CDU, 26% têm um grau muito baixo ou baixo de confiança (é, assim, a força política, cujo eleitorado parece mais confiar nas polícias, embora 89% considerem que os efetitivos da PSP e GNR são insuficientes); na IL acontece em 27% e nos votantes da AD 28% estão nos dois patamares mais baixos. No caso do PS, esses valores correspondem a 30% dos eleitores que, a 10 de março, votaram nos socialistas..Infografia: Rui Leitão.Contudo, estes valores entre as bases eleitorais podem ser mais afastados ou aproximados, uma vez que distam, entre eles, cerca de 3% (e a margem de erro do barómetro é de mais ou menos 3,5%). Olhando de outra forma para os dados relativos à segurança e deixando de lado a correlação com o voto, há ainda um outro dado que salta à vista: os homens são quem tem uma taxa mais elevada de confiança nas autoridades (67%, contra 62% das mulheres). E, alargando esta análise aos grupos etários, vê-se, também, que são sobretudo as pessoas acima dos 65 anos a confiar mais nas forças de segurança (74%). O oposto - ou seja, menor taxa de confiança - é verificado na faixa etária dos 50 aos 64 anos..75% consideram forças de segurança insuficientes.O trabalho de campo do barómetro aconteceu entre os dias 13 e 19 de novembro deste ano. Isto é, já após a morte de Odair Moniz depois de ser baleado por um PSP, e dos tumultos que se lhe seguiram. Questionados sobre “a relação entre as forças de seguranças existentes e as necessidades da população”, os participantes neste estudo foram claros: 75% (ou seja, cerca de 601 das 802 pessoas que formam a amostra) consideram-nas insuficientes, 20% suficientes e 5% não sabem ou não respondem..Focando a análise nos 601 inquiridos que sentem que as forças de segurança são insuficientes, é possível perceber que esta impressão é verificada, sobretudo, na área metropolitana de Lisboa (77%, percentagem igual a toda a região norte). Na área metropolitana do Porto, 76% consideram que as forças de segurança não são suficientes - apenas um ponto percentual a menos do que toda a região centro. Além disso, nos 75% de inquiridos que sentem que as forças de segurança não são suficientes, 44% defendem que deve ser feito um reforço de agentes nas periferias dos grandes centros urbanos..Infografia: Rui Leitão.Depois, verifica-se, ainda, que é também a faixa etária acima dos 65 anos que sente mais insuficiências no número de efetivo das forças de segurança. Esta sensação é menor entre os 18 e os 34 anos (64%). Já no intervalo de idades a seguir (35-49 anos) há 76% que acreditam que as forças de PSP e GNR não são suficientes perante as necessidades da população. Ou seja: à medida que os participantes vão ficando mais velhos, mais sentem que as forças de segurança não chegam..Sensação de segurança é grande.O barómetro DN/Aximage analisou ainda a sensação de segurança durante o dia e à noite na zona de residência. E as conclusões contrariam, em toda a linha, as narrativas de um eventual aumento da insegurança em Portugal..Segundo os dados recolhidos junto dos 802 inquiridos, verifica-se que a maior parte (54%) se sentem seguros durante o dia, e 27% dizem mesmo que estão até muito seguros. À noite, os números mudam, mas não muito: 47% estão seguros e 19% muito seguros..Neste campo, as mulheres dizem sentir-se mais inseguras à noite (25% contra 17% dos homens) e sentem-no, em particular, na faixa etária entre os 18 e os 34 anos. Durante o dia, as mulheres são também as que se sentem mais seguras (57% contra 51%)..Infografia: Rui Leitão.Os dados etários mostram, ainda, que a faixa etária dos 50 aos 54 anos é a que se sente mais segura (59%) durante o dia e, também, durante a noite (52%). No entanto, é entre os 18 e 34 anos que as pessoas se sentem menos inseguras à noite..Ficha Técnica .Destinada a publicação e elaborada de acordo com um modelo proposto para a imprensa. Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre temas da atualidade nacional política. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 688 entrevistas CAW e 114 entrevistas CATI; 372 homens e 430 mulheres; 181 entre os 18 e os 34 anos, 211 entre os 35 e os 49 anos, 204 entre os 50 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 277, Centro 183, Sul e Ilhas 114, Area Metropolitana de Lisboa 228. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 13 e 19 de novembro de 2024. Taxa de resposta: 67,86%. Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.