O deputado único do Livre, Rui Tavares, refere-se ao grande ausente do debate, André Ventura, dizendo que o Chega, no seu projeto de revisão constitucional, vê direitos restringidos por razões de segurança pública. "Era o que um ministro da Administração Interna do Chega achasse", diz Tavares, apontando "grande ingenuidade" a quem na direita pensa que pode chamar o Chega para consensos alargados. Sobre as dúvidas de Mariana Mortágua quanto à herança social, Tavares diz que "é bem redutor considerar que é um apoio ao empreendedorismo", embora "nada tenha contra o empreendedorismo". .O líder da AD e presidente do PSD, Luís Montenegro, disse que não se distrai "com discussões que não são aquelas que importam para resolver os problemas dos portugueses". E reafirmou que, além de um crescimento económico "que pode pagar melhores salários e para garantir políticas públicas mais eficazes", é importante "concentrar votos" na AD. "Confio no discernimento de cada português", disse, apresentando a opção entre um governo do PS que trouxe "a maior crise do Estado Social de que há memória" e em que as pessoas "foram castigadas pagando mais impostos", e um programa "exequível e realizável" governando com maioria absoluta da AD, com maioria absoluta da AD e Iniciativa Liberal ou mesmo em maioria relativa..À saída do debate, Pedro Nuno Santos ataca "irresponsabilidade das direitas", dizendo que estão em causa "dois projetos diferentes, com duas atitudes perante a vida diferentes". E acusa, como tem feito ao longo dos últimos dias, Luís Montenegro de "falta de clareza" quanto ao que irá fazer em caso de vitória do PS, nomeadamente se a esquerda unida tiver mais deputados do que a AD e a Iniciativa Liberal..O debate terminou com uma ronda de perguntas curtas em que Pedro Nuno Santos admitiu não ter médico de família - ao contrário da mulher e do filho -, mas que "não foi há muitos meses" que se dirigiu ao Hospital de Santa Maria..Por seu lado, interrogado sobre a participação do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na campanha eleitoral da Aliança Democrática, Luís Montenegro respondeu com um "logo vemos"..Entre os restantes líderes, Mariana Mortágua não quis responder se chegou a hora de se cumprir o sonho de Francisco Louçã de a ver como ministra das Finanças, Rui Rocha ficou muito perto de dizer o preço da taxa moderadora nas urgências, Paulo Raimundo disse ser "normal que se exija o esclarecimento cabal" das circunstâncias da morte do dissidente russo Alexei Navalny, Inês de Sousa Real recusou que o PAN faça depender a aprovação do Orçamento do Estado das touradas e Rui Tavares disse não fazer sentido falar em eleições europeias..O debate entra na fase final. Depois da manutenção do dia de reflexão, em que apenas Rui Rocha defendeu com entusiasmo o seu desaparecimento, pois "não se pode parar o vento com as mãos", os líderes partidários dão a sua opinião quanto a limites da utilização de telemóveis nas escolas..O PS e a AD ficaram de fora do círculo de compensação, à medida do que acontece nos Açores, para evitar o desperdício de 750 mil votos que não elegem deputados. Luís Montenegro defende "reforço da representatividade" dos círculos que levam menos deputados para a Assembleia da República, enquanto Pedro Nuno Santos não se compromete com muito mais além de uma reflexão sobre o tema..Todos os líderes participantes no debate convergiram na manutenção de apoio à Ucrânia, mas Paulo Raimundo exclui o apoio militar. "Putin não pára sozinho, tem de ser parado", remata Rui Tavares..O líder da AD, Luís Montenegro, acusou o PS de estar "conformado" com um crescimento económico de 2%, contrapondo as políticas da coligação, com descida de impostos e outros incentivos à criação de riqueza..O deputado do Livre, Rui Tavares, refere-se aos ex-combatentes da Guerra Colonial, dizendo ser necessário criar um Instituto do Veterano, para centralizar e reforçar apoios. "Uma governação na qual o Livre seja determinante não pode abandonar a Ucrânia", diz, acrescentando o reconhecimento da solução de dois estados para Israel e Palestina, e o aprofundamento da dimensão militar e de defesa da Europa..O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, exclui a possibilidade de recorrer a privados para suprir necessidades de defesa nacional, como sucede nos Estados Unidos. E recorda que a troika foi trazida a Portugal pelo PS, e que foram os partidos de esquerda a ditar a queda do segundo executivo de António Costa. Sobre o regresso do serviço militar obrigatório, recusa tal hipótese, pois é necessário especialização..O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, diz que é um erro "desvalorizar o justo descontentamento" dos militares quanto às condições de trabalho e falta de meios. E diz que o objetivo de 2% no Orçamento do Estado é uma subjugação à NATO. "Vai vir mais um submarino", antevê o líder comunista..Mariana Mortágua diz que a participação de Portugal na guerra do Iraque foi "uma mancha na nossa História", responsabilizando o governo do PSD na altura. E também recupera a polémica compra de submarinos em vez de um navio polivalente, "subjugando-se à indústria militar alemã"..O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reafirma o compromisso de Portugal com a NATO, dizendo que serão cumpridos os prazos para chegar a 2% do Orçamento do Estado para Defesa. "Julgo que é até ao final da década", diz o líder socialista, que também exclui a hipótese do regresso do serviço militar obrigatório..O líder da AD, Luís Montenegro, exclui o regresso do serviço militar obrigatório, mas admite um reforço do investimento em Defesa, mas que não cumprirá o objetivo de 2% do PIB até ao final da legislatura. "Sabemos que os nossos aliados são a NATO e, do ponto de vista económico, a União Europeia", diz o social-democrata, desafiando Pedro Nuno Santos a dizer como se concllia com eventuais acordos com partidos que defendem a saída dessas duas organizações..O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, diz que "percebe a necessidade da esquerda de invocar quem cá não está", referindo-se a desafios para clarificar o papel que o Chega terá no pós-legislativas. Por seu lado, Luís Montenegro mantém que haverá um governo maioritário de direita para resolver os problemas dos portugueses, com "uma mudança segura de Governo"..O deputado único do Livre, Rui Tavares, admite que "podemos entrar numa fase de ingovernabilidade", com miniciclos políticos de menos de um ano, pois há três campos políticos em que o Chega só poderia ser governo se tivesse maioria absoluta. "Mais grave seria a traição se se fizesse um acordo de governação tácito ou implícito com o Chega", diz Rui Tavares, imaginando um cenário em que a esquerda tenha 110 deputados, sem maioria absoluta, e o Chega apresentar uma moção de rejeição..A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, diz que os partidos de um lado e do outro do espetro político "não acompanharam" várias medidas do seu partido. Face a isto, Pedro Nuno Santos realça que as propostas aprovadas pelo PAN na anterior legislatura só o foram por serem aprovadas pela maioria absoluta socialista..Pedro Nuno Santos diz que na altura em que a geringonça se formou, em 2015, "achou bem" a exigência de acordos escritos feito pelo então Presidente da República, Cavaco Silva..A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, diz que "não vai haver nenhuma maioria absoluta" e que a única alternativa é com a esquerda. "O Bloco de Esquerda quer ser determinante e é com a nossa força que podemos impor medidas que, de outra forma, não estarão lá", defende, dizendo que os problemas exigem respostas como as que defende no seu programa para controlar a crise da habitação. .O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, diz que "correlação de forças" pode "tornar possível concretizar" medidas concretas. Essa é, em sua opinião, "a questão fundamental", dizendo que quanto mais votos a CDU tiver, mais será possível "obrigar o PS a soluções que, por sua vontade própria, não quererá"..O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, reafirma que o seu partido nunca viabilizaria um governo minoritário do PS. Mas também que exclui qualquer entendimento com o Chega..A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, intervém no debate que a "dificuldade de Luís Montenegro em dar uma resposta clara" leva a que o líder da AD esteja "com o dobro do tempo" dos outros participantes no debate..Luís Montenegro volta a dizer que o seu objetivo é "como vai melhorar a vida dos portugueses quando for Governo", acusando Pedro Nuno Santos de fazer "um grande confusão" quanto à posição do PS relativamente a um governo minoritário da AD. E volta a dizer que a sua política de alianças se restringe à própria AD e, "eventualmente", à Iniciativa Liberal, excluindo o Chega. Sem esquecer o ponto recorrente de que só será primeiro-ministro se ganhar as eleições legislativas..O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, pede "frontalidade e clareza" a Luís Montenegro quanto ao que fará caso se coloque a hipótese de viabilizar um futuro Orçamento do Estado..A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, retoma a mensagem de que outros partidos não acompanharam o seu em iniciativas com vista ao reforço de meios para a investigação judicial. E aponta como exemplos a média de 840 dias de pendência dos processos nos tribunais administrativos. Quanto ao tema da acessibilidade, defende revisão da tabela de custos processuais e dos salários dos profissionais do sector. .A reforma da Justiça é o segundo tema do debate radiofónico entre os líderes dos partidos com representação parlamentar, no qual não está presente André Ventura..O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, ataca os "pactos entre PS e PSD", acrescentando o das parcerias público-privadas rodoviárias a outros, como o do congelamento da progressão na carreira dos professores. Quanto à Justiça, diz que o maior problema tem a ver com o acesso dos cidadãos e com a falta de meios dos seus agentes.."Não estou satisfeito que alguém tenha como pensão 40% do seu último vencimento", diz Rui Rocha, regressando ao tema da Segurança Social, que o líder da Iniciativa Liberal diz que necessita de reformas. Quanto à Justiça, diz que a fase de instrução converteu-se num segundo julgamento, defendendo que, mantendo as garantias, "é importante que não haja uma perversão" com efeitos dilatórios nos processos..Depois de Luís Montenegro dar "nota mais negativa do que positiva" a Lucília Gago, Pedro Nuno Santos diz que não faz uma "crítica direta" à procuradora-geral da República..O presidente do PSD e líder da AD, diz que Lucília Gago "merece nota mais negativa do que positiva", pois o Ministério Público tem feito acusações que "muitas vezes não têm respaldo" dos juízes de instrução. "Os últimos exemplos não têm sido bons para o Ministério Público", diz..A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, questiona a ideia de herança social do Livre, chamando-lhe um "apoio ao empreendedorismo". Também põe em causa os valores que estão em causa, dizendo que os 600 milhões de euros de despesa necessária ultrapassam as receitas que decorreriam da reintrodução do imposto sucessório..O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reconhece que "temos concentrada a atenção no Ministério Público", após a queda de dois governos, mas reafirma que é preciso clarificar a cadeia de poder hierárquico, "sem nunca se pôr em causa a sua independência". "O mau funcionamento do sistema judicial em Portugal só serve os corruptos", diz..Os líderes do PS e da AD, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, convergiram na disponibilidade de encontrar consensos alargados para a reforma da Justiça..O presidente do PSD, Luís Montenegro, que chegou ao debate com cerca de 20 minutos de atraso, justificando-se com as condições climatéricas que dificultaram a viagem do Norte para Lisboa. Sobre a Segurança Social, diz que pretende "tirar a limpo" se o sistema está bem alicerçado. "A nossa perpetiva não é fazer nenhuma alteração nesta legislatura", garante o social-democrata, dizendo que é preciso "concluir se estamos ou não nesta rota de sustentabilidades". E, sobre a proposta da Iniciativa Liberal de utilizar lucro de privatização da Caixa Geral de Depósitos para financiar a Segurança Social, diz que isso não está nos planos da Aliança Democrática, mostrando maior abertura quanto à ideia socialista de utilizar verbas das concessões das autoestradas..O deputado único do Livre, Rui Tavares, diz que o combate à pobreza é um tema central. "Não conseguimos erradicar em séculos, mas é um fenómeno estrutural que pode ser erradicado", defende, acrescentando que o mesmo se pode fazer através do reforço do abono de família, do salário mínimo e também da sua proposta de "herança social", que pode ser financiado com a reintrodução de imposto sucessório sobre grandes heranças..A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, diz que os "populismos antidemocráticos são um absurdo", pois quem quer acabar com apoios como o rendimento social de inserção são as crianças. E lança repto ao PS: era importante negociar as parcerias público-privados rodoviárias. .O debate arranca sem André Ventura, mas também na ausência de Luís Montenegro, com "está com um ligeiro atraso", segundo os moderadores..O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, diz que a solução dos problemas de hoje é o aumento dos salários. Também para a Segurança Social, sendo que para o líder comunista esta não tem problemas de sustentabilidade. "Nada garante que esteja em risco", diz Raimundo, defendendo o aumento dos salários e das pensões..A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, diz que o seu partido "mantém a coerência" de diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social. E aponta o AIMI (adicional ao imposto municipal sobre imóveis) como um desses exemplos. Mortágua diz que propostas de "privatizar a Segurança Social, como defende a Iniciativa Liberal, correm sempre mal"..Respondendo a um comentário de Pedro Nuno Santos, o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, diz que o seu partido não baixará pensões. E diz que é preciso defender o futuro de quem agora está a trabalhar, pois neste momento existe o risco de perderem metade do que seria a sua reforma..O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, arranca o debate dizendo que a pobreza "é um dos nossos maiores desafios" e a "maior derrota das últimas décadas". E reafirma o fim das Scut, a bem da solidariedade nacional com o interior do país..Está prestes a arrancar o último debate entre todos os partidos com assento parlamentar. Todos, exceto o Chega, por não ter sido permitido a André Ventura participar através do Porto. .Na moderação estarão os jornalistas Susana Madureira Martins, da Renascença, Natália Carvalho, da Antena 1, Judith Menezes e Sousa, da TSF, e Rui Pedro Antunes, da Rádio Observador.