Frame de um vídeo divulgado pelas forças ucranianas do lançamento de oito mísseis ATACMS na noite de domingo.
Frame de um vídeo divulgado pelas forças ucranianas do lançamento de oito mísseis ATACMS na noite de domingo.

Rússia culpa EUA por mortes na Crimeia

Cinco pessoas, entre as quais três crianças, morreram ao que tudo indica na praia após um ataque ucraniano a bases russas. Moscovo acusa Estados Unidos pelo uso de mísseis ATACMS.
Publicado a
Atualizado a

Desde o verão de 2022 que o governo ucraniano tem avisado os russos para não passarem férias na Crimeia. Depois de ter negado a superioridade naval no mar Negro, Kiev tenta no mínimo destruir os alvos militares na península anexada há uma década pelo regime de Vladimir Putin. Na sequência do mais recente ataque, direcionado a várias bases aéreas e navais, morreram cinco pessoas, entre as quais três crianças, dizem as autoridades russas. 

Segundo o governador de Sebastopol, instalado pelos russos, Mikhail Razvozhayev, três crianças e dois adultos morreram e quase 120 pessoas ficaram feridas na praia. Na versão local, as defesas aéreas intercetaram cinco mísseis, tendo os seus destroços caído junto da praia de Uchkuyevka e causado as vítimas e um incêndio num edifício residencial. Segundo o Ministério da Defesa russo, foram abatidos quatro mísseis táticos ATACMS que transportavam ogivas de fragmentação e um quinto explodiu no ar sobre a cidade, depois de ter mudado de trajetória.

Moscovo aproveitou para responsabilizar os Estados Unidos pelo ocorrido ao afirmar que “todas as missões de voo dos ATACMS dos EUA são registadas por especialistas norte-americanos com base nos dados de reconhecimento por satélite dos próprios EUA”. Advertiu o Ministério da Defesa: “Tais ações não ficarão sem resposta.” 

No entanto, quem voltou a atacar foi a Ucrânia e desta vez mostrou um vídeo noturno do lançamento de oito mísseis ATACMS (Kiev não confirmou ter usado este tipo de míssil balístico nas operações diurnas). Segundo informações não oficiais, mas disponíveis em fontes abertas, o alvo foi o centro de comunicações em Vitino.

Nas últimas semanas, houve um acréscimo de ataques ucranianos  contra as defesas aéreas russas na península, o que leva os especialistas a afirmarem que Kiev está a desimpedir o espaço aéreo antes de os caças F-16 entrarem em ação. É esperado que os primeiros aviões de fabrico norte-americano entrem ao serviço nos próximos dias ou semanas.

Em Kharkiv, um dia depois de um ataque que atingiu um edifício residencial e do qual resultaram três mortos e mais de 50 feridos, novo ataque aéreo russo fez um morto e 10 feridos e deixou metade da segunda maior cidade sem eletricidade. A situação energética é de tal modo precária na Ucrânia que o operador de eletricidade anunciou cortes de abastecimento para esta segunda-feira em todo o país.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt