ISCTE é a Instituição do Ensino Superior com maior aumento de vagas para o ano letivo 2024/25.
ISCTE é a Instituição do Ensino Superior com maior aumento de vagas para o ano letivo 2024/25.PAULO SPRANGER / GLOBAL IMAGENS

Acesso ao Superior. Cursos de competências digitais têm o maior aumento de vagas em 2024

No total, são quase 100 mil as vagas previstas para 2024/25. No público, há mais 13 ingressos disponíveis para formar médicos e mais 38 para formar docentes do Pré-Escolar e Básico, mas é nos cursos de competências digitais que se nota maior aumento absoluto: 252.
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O próximo ano letivo terá mais 349 vagas no Ensino Superior, com 231 delas disponibilizadas no Regime Geral de Acesso, pelo qual concorrem a maioria dos candidatos. No total, segundo a lista divulgada este domingo pelo Ministério de Educação, Ciência e Inovação, haverá em 2024/25 quase 100 mil vagas para os candidatos a universidades e politécnicos: 99 986, entre concurso nacional de acesso, concursos locais, regimes especiais e concursos especiais. Destas, 75 962 correspondem ao ensino superior público, que perde 61 em relação ao ano anterior, e 24 024 ao privado, que ganha 410 vagas.

Em relação apenas ao Regime Geral de Acesso, a principal via de entrada no Superior, verifica-se um aumento de ingressos disponíveis tanto no público como no Privado. São fixadas 55 166 vagas nas universidades e politécnicos públicos, o que corresponde a um aumento de 158 vagas em comparação com 2023. Nas instituições privadas, são anunciadas 17 929 vagas, mais 73 do que no corrente ano letivo.

A distribuição das vagas disponíveis no ensino superior público mostra um claro reforço nos cursos que visam as competências digitais, consolidando a aposta na transição digital - desígnio também já assumido pelo novo ministro, Fernando Alexandre. Esses cursos, de diversas áreas, contarão com um total de 9355 vagas de acesso, mais 252 do que no ano passado, o que representa um acréscimo de 2,77%.

Essa é uma das “discriminações positivas” impostas pelo despacho assinado ainda pela anterior ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, que também estipula, no mínimo, a manutenção de vagas em cursos com índice de excelência superior ou igual a 100, cursos de Educação Básica e cursos de Medicina.

Para Medicina, há este ano mais 13 vagas de acesso no ensino superior público, num total de 1554. O aumento distribui-se apenas por duas instituições de ensino: a Universidade de Coimbra, que dispõe de mais oito vagas face a 2023 (de 260 para 268), e a Universidade da Beira Interior, onde o Curso de Medicina passa a acolher mais cinco novos candidatos, para um total de 150. Nas restantes oito instituições de ensino superior público onde o curso é ministrado, as vagas mantêm-se inalteradas.

Quanto aos Cursos de Educação Básica, necessários para a formação de professores do 1.º ao 6.º anos de escolaridade, registam um aumento de 38 vagas, para um total de 993 vagas.

Já os cursos de excelência, como são referenciados os ciclos de estudo mais competitivos - aqueles que tiveram maior número de candidatos em primeira opção no ano anterior com nota igual ou superior a 17 valores - viram reforçada a sua oferta em 46 lugares de acesso, para um total de 4036.

No total, a oferta pública de Ensino Superior para 2024/25 contempla 1114 licenciaturas e mestrados integrados, segundo a lista disponibilizada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação. O curso de Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, continua a ser aquele que oferece mais vagas de acesso, com 445, o mesmo número do ano anterior.

Olhando especificamente para o universo dos 10 cursos com média de entrada mais elevada na primeira fase de candidatura do ano passado, há mais nove vagas no total, distribuídas por apenas quatro desses cursos: Engenharia Aeroespacial, na Universidade de Aveiro, é o que tem direito a maior aumento, de 45 para 50 lugares de ingresso. Depois, Línguas e Relações Internacionais, na Universidade do Porto, tem mais duas vagas do que no ano anterior (de 76 para 78); Arquitetura, também no Porto, mais uma (de 123 para 124); e Engenharia e Gestão Industrial, ainda no Porto, ganha também uma vaga (de 11 para 112). Engenharia Aeroespacial na Universidade do Minho, que foi o curso com melhor média de entrada do último colocado na 1.ª fase de candidaturas de 2023/24, com 18,86 valores, mantém as 31 vagas atribuídas.

Mais vagas em Lisboa e Porto, menos no Interior

Analisando por instituições do Ensino Superior público, verificamos que quem ganha mais vagas face ao ano passado, no Regime Geral de Acesso - que engloba o concurso nacional e con- cursos locais feitos em cada escola superior (maioritariamente em cursos artísticos) - é o ISCTE, de Lisboa, com mais 138 ingressos disponíveis. Seguem-se o Instituto Politécnico de Lisboa, com mais 91, e a Universidade do Porto, com mais 45, reforçando a oferta nas duas principais cidades do País.

No sentido inverso, é no Interior que se perdem mais vagas, com o Instituto Politécnico de Bragança a ter menos 140, o Politécnico da Guarda menos 48 e a Universidade da Beira Interior  menos 37. Nestas instituições, a redução de ingressos no Regime Geral de Acesso é compensada pelo aumento de vagas para Concursos Especiais - onde se incluem maiores de 23 anos, titulares de diploma de especialização tecnológica, titulares de diploma de técnico superior profissional, titulares de outros cursos superiores, acesso a Medicina para licenciados, estudantes internacionais e diplomados de vias profissionalizantes.

O prazo normal para a apresentação da candidatura à primeira fase do concurso nacional de acesso inicia-se a 22 de julho e decorre até 29 de julho, para candidatos ao contingente para emigrantes e candidatos com pedido de substituição de provas de ingresso por exames estrangeiros, e até 5 de agosto para os restantes candidatos.

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