O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro israelita, Benjamin NetanyahuNir Elias / POOL / AFP

Israel “acertou contas” com Sinwar mas “guerra ainda não terminou”, diz Netanyahu

“O mal sofreu um duro golpe” com a morte de Yahya Sinwar, afirmou o primeiro-ministro israelita. "Este é o início do dia depois do Hamas", salientou Netanyahu.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou esta quinta-feira, ao reconfirmar a morte do líder do Hamas, que Israel “acertou as suas contas” com Yahya Sinwar, salientando, porém, que “a guerra ainda não terminou”.

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão, Netanyahu afirmou que a morte de Sinwar é “um passo importante” no declínio do Hamas. “O mal sofreu um duro golpe” com a morte de Sinwar, acrescentou Netanyahu, para quem hoje “é o início do dia depois do Hamas”.

"Gostaria de repetir, da forma mais clara: o Hamas não governará mais Gaza. Este é o início do dia depois do Hamas e esta é uma oportunidade para vocês, residentes de Gaza, finalmente se libertarem da sua tirania”, declarou Netanyahu. 

O primeiro-ministro israelita frisou igualmente que Israel "acertou as contas" com "a pessoa que realizou o pior massacre na história do povo israelita desde o Holocausto" e insistiu que a morte de Sinwar é "um momento importante na guerra" para trazer para casa os reféns mantidos em Gaza. 

Na declaração televisiva, de quatro minutos, Netanyahu reiterou a suposta importância da guerra que Israel trava em Gaza há mais de um ano, e que causou mais de 42.400 mortos palestinianos, a maioria civis, ao mesmo tempo que enviou uma mensagem à região, especificamente ao Líbano, onde as tropas israelitas iniciaram uma ofensiva terrestre no início deste mês.

"Ao povo da região eu digo: em Gaza, em Beirute, em toda a região, a escuridão recua e a luz emerge", disse Netanyahu, antes de enunciar os sobrenomes de seis líderes e comandantes, tanto do Hamas como do grupo xiita libanês Hezbollah, mortos por Israel nos últimos meses.

Além disso, Netanyahu também ofereceu uma espécie de passagem segura aos milicianos do Hamas que ainda mantêm 97 reféns cativos em Gaza desde 7 de outubro de 2023 - um terço deles pelo menos já mortos -, a quem disse que se entregassem as suas armas e devolvessem os reféns israelitas poderão deixar a Faixa de Gaza e "ficarão vivos".

Mas advertiu: "Quem faz mal aos nossos reféns, sangra na cabeça. (...) O regresso dos nossos reféns é uma oportunidade para alcançar todos os nossos objetivos e aproxima o fim da guerra" em Gaza.

No entanto, ao mesmo tempo, o líder israelita reiterou no seu habitual tom belicista que o país continua imerso na "guerra da ressurreição" e, pedindo a ajuda de Deus, garantiu que ainda há "grandes desafios pela frente".

Por volta das 16:00 locais (14:00 em Lisboa), o Exército israelita anunciou que estava a investigar se um dos três militantes mortos em operações em Gaza era Sinwar, indicando que não poderia confirmar até ter os resultados das impressões digitais e da coroa dentária, que foram todos confirmados mais tarde.

De acordo com as limitadas informações reveladas até agora, a morte de Sinwar ocorreu na quarta-feira num encontro casual entre tropas israelitas e milicianos em Rafah, no sul do enclave palestiniano.

Segundo o Exército israelita, não foi encontrado nenhum dos reféns ainda mantidos em cativeiro no enclave, governado pelo Hamas desde 2007.

A imprensa israelita sugere que Sinwar teria permanecido escondido com reféns nos túneis da Faixa de Gaza até ao final de agosto, quando o Hamas abateu seis pessoas sequestradas em Rafah.

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